Um momento de fé e emoção marcou a rotina do Centro de Triagem Anísio Lima, em Campo Grande, nesta semana. Um bebê foi batizado dentro da unidade penal, em uma cerimônia autorizada especialmente para que o pai da criança, atualmente custodiado no local, pudesse participar do rito religioso. A celebração foi conduzida por um padre da Igreja Católica, com a presença da mãe, do irmão da criança e dos padrinhos, todos formalmente autorizados a entrar na unidade para o ato organizado pela Pastoral Carcerária.
O pedido para a realização do batismo partiu da família, que desejava incluir o pai nesse importante marco espiritual da vida do filho. A autorização foi concedida dentro dos parâmetros da assistência religiosa prevista na Lei de Execução Penal, que garante aos internos o direito à prática de sua fé e ao acompanhamento espiritual.
Estudos apontam que a assistência religiosa tem um impacto positivo na humanização do cumprimento da pena e na promoção da ressocialização dos reclusos. Atualmente, diferentes instituições religiosas atuam em unidades penais do estado, levando orientação espiritual, apoio emocional e ações que colaboram com a transformação pessoal dos detentos.
“A assistência religiosa dentro do sistema prisional é uma ferramenta de fortalecimento da fé, mas também de reflexão, reconciliação e reconstrução de valores. Ela contribui diretamente para o processo de ressocialização”, destacou a chefe da Divisão de Promoção Social da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Marinês Savoia, responsável por coordenar políticas desse tipo de assistência nos presídios do Estado.
A cerimônia simples, mas repleta de significado, reforçou os laços familiares e trouxe esperança a todos os presentes. Para o pai custodiado, a oportunidade de participar de um momento tão simbólico da vida do filho representa uma chance de reaproximação e de ressignificação do seu papel na família, mesmo em meio às limitações impostas pela reclusão.