No Estabelecimento Penal Masculino de Caarapó, um projeto de horticultura tem mudado vidas, semeando futuro e esperança. Por meio de cursos de capacitação, reeducandos estão sendo treinados para ampliar a produção de hortaliças cultivadas dentro da unidade prisional. Além de promover a ressocialização, a iniciativa também contribui com o abastecimento de instituições sociais da cidade, unindo reintegração social e solidariedade.
Nesta semana, dez internos, selecionados por bom comportamento, participaram do curso “Boas Práticas Agrícolas na Horticultura”, promovido pelo Sindicato Rural de Caarapó, em parceria com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de MS) e o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Com duração de dois dias, essa foi a primeira de cinco formações previstas nas áreas de horticultura, que ocorrerão entre os meses de maio e junho.
O objetivo é preparar os participantes para o mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, impulsionar a produção de alimentos saudáveis no presídio. “Plantamos mais de mil pés de hortaliças, entre alface, berinjela, espinafre, couve, rúcula, tomate, entre outros. Vamos otimizar todo o espaço disponível para ampliar a produção e atender ainda mais instituições carentes”, destacou o diretor do presídio, Gilson Lino Filho, reforçando que a produção é possível por meio de doações de insumos e equipamentos à unidade prisional.
Duas das entidades já beneficiadas com os alimentos frescos são a Associação Frei Eucário e o CEMA (Centro Marie Ariane), que presta acolhimento a crianças e adolescentes. As doações também contribuem com a alimentação de idosos e famílias em situação de vulnerabilidade. “É um projeto que vai muito além da qualificação profissional. É uma ponte entre o sistema prisional e a sociedade”, reforçou o diretor.
Para o presidente do Sindicato Rural, Carlos Eduardo Macedo Marquez, iniciativas como essa representam um caminho real de transformação. “Educação e capacitação são ferramentas poderosas. Queremos contribuir para que esses homens reescrevam suas histórias e retornem à sociedade com dignidade, afirmou”.
Apesar dos avanços, o projeto ainda precisa de apoio externo. Doações de mudas, adubos e equipamentos agrícolas são bem-vindas e podem ser feitas mediante contato direto com o presídio pelo telefone (67) 9 8147-5544.