Campo Grande (MS) – Na tarde desta quinta-feira (27), agentes penitenciários responsáveis pelo Setor de Identificação da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, no qual os presos são cadastrados para encaminhamento ao pavilhão, descobriram um interno recém-chegado que tentou se passar por outro, cujo crime era de menor potencial ofensivo.
No momento da entrevista, coleta de digital e atualização de fotos para confecção da ficha disciplinar, Anderson Rodrigo de Araújo, 38 anos, preso por tráfico de entorpecentes, deu o nome e os dados de Antônio Ferreira Bandeira, 45 anos, que responde por furto; ambos dividiam a mesma cela de espera. A agente penitenciária que realizava o cadastramento fez a busca no sistema de fotos, em fichas anteriores, e percebeu a diferença na fisionomia, apesar de todas as informações apresentadas estarem corretas e haver certa semelhança física.
Confrontados pela chefia, o interno Antônio confessou que havia recebido proposta de Anderson de receber um carro e a quantia de R$ 30 mil para ter a identidade trocada, já que a previsão é que sairia bem antes da cadeia. Ambos foram encaminhados para a delegacia de Polícia Civil para registro de ocorrência, sendo indiciados por falsidade ideológica. Além disso, foram alojados em cela disciplinar, cuja rotina é mais rígida do que as demais.
Anderson Rodrigo de Araújo usou estratégica idêntica para deixar a Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas, em dezembro do ano passado, quando saiu de alvará de soltura no lugar outro detento, que era primário e estava detido por violência doméstica, cuja identidade também havia assumido no momento da identificação. Ele foi preso há cerca de um mês por policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron), na cidade de Ponta Porã.
O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, destaca que “os agentes penitenciários têm, sempre, um grande desafio diário em suas funções e vencem com muita dedicação e competência as ‘ciladas’ preparadas pelos custodiados, merecendo o reconhecimento da instituição”.