Um gesto de reinserção e transformação ganhou espaço no Estabelecimento Penal Masculino de Regime Fechado de Caarapó, onde detentos participaram de uma instigante jornada artística. A ação integra o projeto Reintegr’Arte, que visa proporcionar oficinas gratuitas e profissionalizantes de argila, com instrução teórica e prática, buscando estimular o processo criativo e despertar o interesse pelo trabalho manual.
Além de Caarapó, também vêm sendo contemplados com a capacitação internos em unidades prisionais de Aquidauana, Campo Grande, Rio Brilhante, Jardim, Ponta Porã e Jateí, abrangendo tanto presídios femininos quanto masculinos.
A qualificação é uma parceria entre a Agepen (Agência Estadual de administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul) e a FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) e tem financiamento do Fundo de Investimentos Culturais.
Até o momento, a iniciativa, que percorreu estabelecimentos penais de quatro cidades, resultou na confecção de mais de 300 peças por homens e mulheres em reclusão, oferecendo-lhes não apenas uma nova forma de expressão, mas também uma visão renovada sobre suas habilidades e potencialidades, especialmente no que se refere à geração de renda. A unidade de Caarapó foi o sexto presídio a receber a ação, com oficina realizada entre os dias 8 e 15 deste mês.
Sob a orientação dos experientes mestres artesãos Rodrigo Avalhaes e Cleber Ferreira, juntamente com as instrutoras Fabiane Avalhaes Marçal e Léia Cristina da Silva Souza Marçal, o projeto busca disseminar o conhecimento e a expertise adquiridos ao longo dos anos, promovendo não apenas a capacitação profissional, mas também o desenvolvimento pessoal dos participantes.
Para o instrutor Cleber Ferreira, mestre responsável pela oficina, levar esse conhecimento para pessoas que se encontram em situação de reclusão é extremamente gratificante. “É uma oportunidade de contribuir para a sua ressocialização, oferecendo-lhes uma nova perspectiva de vida por meio da arte”, afirma.
Responsável por acompanhar os trabalhos no presídio de Caarapó, a policial penal Tatiane dos Santos Silva, que atua como Assistente Social, destacou o caráter terapêutico do trabalho com argila: “É um momento de reflexão e relaxamento para os internos, além de proporcionar uma potencial fonte de renda para aqueles que se interessarem em comercializar suas criações após a progressão de regime”, pontuou.
Ações como essa de reintegração social desenvolvidas em presídios de Mato Grosso do sul são coordenadas pela Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen.
Texto: Keila Oliveira/Agepen, com informações e fotos da FCMS.