Paranaíba (MS) – Para possibilitar mais uma alternativa profissional, reeducandos do Estabelecimento Penal de Paranaíba (EPPar) concluíram, este mês, a capacitação em “Preparo de Couro”, nos módulos I e II. Os custodiados aprenderam desde o beneficiamento da matéria-prima até a confecção de peças artesanais.
A iniciativa foi oferecida por meio de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Sindicato Rural de Paranaíba e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Ministrada pelo instrutor do Senar, Marcelo Godoy, o curso teve carga horária total de 64 horas e capacitou nove internos. Durante a qualificação, os alunos aprendem sobre tipos de matéria-prima, conservação de peles, acabamentos, processos, preparações e transformações.
Segundo Marcelo Godoy, o couro que seria descartado, pode se tornar insumo valioso para a confecção de peças rentáveis em suas formas de aproveitamento “Dependendo da região, o couro bovino vale de R$ 40 a R$ 80. Em muitos municípios de Mato Grosso do Sul, não há valorização e ele sai até de graça, mas após tratado e transformado em peças, gera uma boa renda”, explicou.
O processo começa com a limpeza do couro do animal, que pode estar sujo de gordura e também com marcas de arame, após este processo, o couro deve ficar esticado. O próximo passo é a preparação do material para futuramente ser utilizado na confecção de utensílios.
Para o reeducando, José Humberto Francisco Alves, o curso foi muito proveitoso e representou uma nova ocupação produtiva tanto dentro quanto fora do presídio. “Foi o melhor curso que eu participei, esse curso vai abrir vários caminhos, além de ser uma boa fonte de renda, estou muito feliz por ter tido essa oportunidade”, afirmou o interno que confeccionou peças como rédea, arreio, chaveiro, entre outras.
De acordo com o diretor da unidade, André Aparecido França, o curso ministrado foi de suma importância, tendo em vista a atividade da pecuária ser um dos pontos forte da região. “Diferentes capacitações estão sendo oferecidas aos internos, buscando proporcionar qualificação enquanto cumprem pena, o que acaba contribuindo para o desenvolvimento de diversas técnicas e habilidades a serem utilizadas quando estiverem no meio social”, complementou.
Uma das responsáveis pela realização do curso no presídio, a agente penitenciária da área de Assistência e Perícia, Grasiela Batista Brito, acredita que todo ser humano deve ter uma nova oportunidade após sofrer uma etapa de privação de liberdade. “Por meio de políticas de trabalho e educação, se torna possível a reinserção social de detentos, que irão refazer suas vidas e a probabilidade de reincidência diminuirá significantemente”, completou a assistente social.
Texto: Tatyane Santinoni.
Com informações do EPPar.