Regime Fechado: Reeducandas de Corumbá vão participar de torneio estadual de xadrez

Corumbá (MS) – O Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano” (EPFCAJ), em Corumbá, realizou na manhã desta quarta-feira (16)  a certificação pela conclusão da primeira turma do projeto “Xadrez que Liberta”, realizado numa parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio do presídio,  1ª Vara Criminal de Corumbá, Conselho da Comunidade e Federação Estadual de Xadrez. Doze internas foram certificadas.

O projeto é realizado desde agosto do ano passado e envolveu também a realização de um campeonato dentro do presídio, organizado pela Federação Estadual de Xadrez, cuja premiação foi feita durante a cerimônia de certificação. As três primeiras colocadas irão participar do Campeonato Estadual da modalidade, que acontece nos dias 26 e 27 deste mês novembro, no Tribunal do Júri do Fórum de Corumbá.

Segundo o idealizador do projeto, o juiz da Vara de Execução Penal de Corumbá, André Luiz Monteiro, a iniciativa permite redução de pena para as participantes. “Em vários países, o xadrez é utilizado de maneira pedagógica. Trouxemos para o presídio feminino para tentar estimular a questão referente ao estudo. O xadrez consegue estimular isso e deixa a pessoa mais calma. Foi uma tentativa e estamos obtendo resultados”, declarou.

Conforme o magistrado, os trabalhos contam com o apoio da Federação Sul-Mato-Grossense de Xadrez. “Vamos dar andamento com as turmas agora. Elas participando desse curso, podem diminuir a pena. Cada doze horas de estudos de xadrez vão significar um dia a menos de pena. É um ganho fantástico para elas”, afirmou o juiz.

“Para mim foi importante, aprendi, não sabia jogar nada de Xadrez. Me trouxe  tranquilidade, aprendi a pensar mais. Para jogar o xadrez tem que ter calma e tranquilidade e fiquei mais tranquila”, declarou uma das vencedoras, que irá participar da disputa fora dos muros da unidade prisional.

Para o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, o torneio de xadrez é um exemplo das várias ações desenvolvidas em presídios do Estado “em prol da reinserção social e recuperação do indivíduo”. Segundo ele, as parcerias têm sido fundamentas nesse sentido. “É um trabalho feito por várias mãos. Juntos, estamos conseguindo construir um sistema penitenciário mais inclusivo, prova disso é a possibilidade de uma de nossas custodiadas participar de um campeonato estadual fora do presídio, disputando diretamente com enxadristas de vários municípios”, ressaltou.