Campo Grande (MS) – Dentro das diretrizes de enfrentamento à dependência química adotadas pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), estão sendo realizadas no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG) atividades do Grupo “Vai Valer A Pena”, com a proposta de ajudar detentos a superarem o vício em entorpecentes.
Desenvolvida pelo Setor Psicossocial da unidade prisional, a ação teve início no local há quatro anos, mas ganhou uma nova roupagem no mês passado, quando as atividades foram retomadas após um período de suspensão para readequação. Baseados nos 12 passos dos Narcóticos Anônimos, os trabalhos acontecem sob a orientação da Divisão de Promoção Social da Agepen e consiste na realização de reuniões, palestras e apresentação de vídeos motivacionais para os internos.
Atualmente, o projeto conta com a participação de 20 custodiados e é coordenado pelas agentes penitenciárias da área de Assistência e Perícia Rosanir Garcia Lemos (assistente social) e Sâmela Gimenez (psicóloga). As reuniões acontecem uma vez por semana, nas manhãs de quarta-feira, com duas horas de duração.
“Observamos nesse primeiro mês de efetivação do grupo que temos tido boa aceitação por parte dos internos pois estão sendo poucas as ausências e o número da procura para participar da lista de espera cresce a cada semana”, destaca a psicóloga Sâmela.
Segundo a assistente social Rosanir, o apoio da direção e demais equipe de servidores têm sido muito importante para a condução do projeto. “Recebemos desde a alimentação ao material utilizado, e a sala de atividades será reformada para a melhoria e conforto nos encontros do grupo”, comenta.
Para o diretor do CPAIG, Adiel Rodrigues Barbosa, as atividades de assistência podem trazer bons frutos para os reeducandos, até mesmo para sua situação penal, pois os juízes podem vir a exigir a participação de um interno drogadicto em programas de recuperação de drogas, visando o restabelecimento no regime semiaberto de maneira que não haja regressão de pena.
Já o diretor-adjunto do presídio, Paulo Vieira, que tem formação em Psicanálise Clínica, reforça que o interesse de cada apenado para libertar-se da dependência é fundamental para que haja evolução no tratamento da dependência química e para a efetivação e fortalecimento do grupo.
De acordo com as organizadoras, o projeto está em busca de novas parcerias com palestrantes e colaboradores que já trabalham com o tema das drogas.
Texto: Keila Oliveira e Tatyane Santinoni.
Colaborou equipe do CPAIG.
Foto: Divulgação.