Campo Grande (MS) – Neste período de férias escolares, a Escola Alice Nunes Zampiere, na Vila Almeida, está sendo totalmente repaginada e deverá surpreender os alunos no retorno das aulas. A instituição de ensino é a 8ª a ser contemplada pelo programa “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, que usa a mão de obra prisional e o dinheiro dos presos para reformar escolas públicas de Campo Grande.
A obra teve início há cerca de um mês e se estende até o dia 15 de agosto. Tempo suficiente para uma empreitada composta por 25 detentos do Centro penal Agroindustrial da Gameleira, unidade semiaberta masculina de Campo Grande. Eles conduzem, diariamente, a execução dos serviços e estão transformando uma escola fundada há 30 anos num espaço moderno e mais eficiente, além de atender fielmente o projeto de reforma elaborado pela Secretaria de Educação.
Até o momento, o calçamento interno já foi totalmente refeito, assim como a troca de fechaduras das salas de aula, substituição da fiação e construção de uma entrada diferenciada para o público externo. Os trabalhos continuam na parte de pintura, jardinagem, reforma hidráulica, troca dos bebedouros, revitalização dos banheiros, instalação de lâmpadas de LED, troca de vidros, instalação de nova cobertura metálica, instalação de calhas, além de uma reforma geral da cozinha, com colocação de coifas e do abastecimento de gás de acordo com as normas exigidas pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo informa o diretor da unidade da Gameleira, Adiel Rodrigues Barbosa, os presos trabalham concomitantemente em diversas frentes para que a reforma seja entregue prejudicando o mínimo possível o início das aulas. Ele destaca a construção da nova entrada para o público, uma vez que garantirá maior controle de acesso na escola e segurança aos alunos, professores e funcionários.
O diretor afirma que a reforma está cumprindo 100% o que está previsto no projeto da Secretaria de Educação e estará apta a receber o alvará do Corpo de Bombeiros, uma vez que está seguindo todos os padrões e protocolos exigidos para a regulamentação da obra.
Ao todo estão sendo reformados 2.383 m² de área, com um custo de R$ 360 mil, entre material e mão de obra. O custo da obra para o Estado se resume ao salário dos presos, pagos pela Secretaria de Educação (SED), que também proporciona o transporte dos trabalhadores. Já o valor do material, orçado em R$ 310.000,00, foi totalmente pago pelos detentos, a partir do dinheiro arrecadado do desconto de 10% do salário de todos os presos que trabalham na Capital, conforme a Portaria nº 001/2014 da 2ª VEP.
O programa “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade” é realizado por meio de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário, 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande e Secretaria de Estado de Educação. O projeto foi idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto.
Todos os trabalhadores que participam do programa cumprem penas no instituto penal agroindustrial da Gameleira em Campo Grande. O presídio é referência nacional em ressocialização dos presos por meio do trabalho. Hoje, cerca de 85% dos presos estão inseridos no mercado de trabalho.