Campo Grande (MS) – A servidora da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul (Agepen/MS), Mônica Pinto Leimgruber, que atua como psicóloga no sistema prisional do estado, se consolidou como uma brasileira com conhecimento sobre uma facção criminosa que surgiu em presídios de São Paulo na década de 90 e hoje está espalhada em várias partes do Brasil e do mundo.
Após sete anos de intensas pesquisas e estudos, Mônica defendeu sua Tese de Doutorado junto à Universidade del Salvador (USAL), na Argentina, apresentando uma investigação sobre a constituição estrutural, organizacional e funcional dessa facção criminosa, considerada pelas autoridades a maior e com mais membros no Brasil.
“Se tratou de uma investigação empírica de pesquisa documental de 4786 páginas de manuscrito de membros da facção”, detalha a servidora.
Segundo a pesquisadora, a tese foi medida através de análise de conteúdo de Laurece Bardin, na qual o investigador busca construir um conhecimento, analisando o “discurso”, a disposição e os termos utilizados pelo locutor, valendo-se de análises de conteúdo que implicam a aplicação de processos técnicos relativamente precisos.
O estudo, explica a doutora, foi contextualizado segundo o pensamento social cognitivo de Albert Bandura, junto aos aportes de outras teorias. Citando Bandura, Mônica ressalta ainda a relevância do trabalho para o cenário da segurança pública no país e no mundo. “O valor de uma teoria psicológica não se justifica apenas por seu poder explicativo, mas por seu poder prático de conduzir mudanças no funcionamento humano”, finaliza.
A tese foi orientada pelos doutores Gabriel de Ortuzar e Sergio Rigonatti e se transformou em um livro.