Campo Grande (MS) – A obra de reforma da 4ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, localizada no bairro Moreninhas II, que está sendo realizada por internos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG), deve ser entregue ainda este mês. O trabalho, além de garantir ocupação produtiva aos detentos, representa benefício direto para a sociedade, pois reforça a segurança nos trabalhos realizados, garantindo também mais dignidade aos profissionais e custodiados do local.
A iniciativa faz parte do programa “Mãos que Constroem”, realizado por meio de parceria entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, por meio da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e Polícia Civil, e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
A obra iniciada em outubro de 2016 é totalmente realizada por oito internos que cumprem regime semiaberto na Capital. A iniciativa surgiu com o sucesso do projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, que já economizou mais de 4 milhões de reais para o Governo do Estado.
A delegacia, onde ficam custodiados devedores de pensão alimentícia, é a primeira a receber a mão de obra presidiária. As obras compreendem o conserto de toda a parte de alvenaria, elétrica e hidráulica, bem como a pintura tanto das partes externa e interna da delegacia. Durante os trabalhos, todos os presos tiveram que ser realocados para outras delegacias.
Com regras um pouco diferente de seu projeto antecessor, no “Mãos que Constroem” a verba para a compra de material e para pagamento dos presos é fornecida pela Sejusp, por meio de convênio firmado com o Tribunal de Justiça.
Atualmente, o CPAIG, localizado na Zona Rural, possui 993 presos em suas dependências. Destes, 552 estão trabalhando, sendo que 432 realizam serviços externos em um dos 50 postos conveniados, e 120 desenvolvem atividades dentro do próprio presídio. Isso representa mais de 55% dos detentos envolvidos em ofícios remunerados.
Além de possibilitar a diminuição de um dia de pena a cada três dias de serviço e o pagamento de um salário-mínimo aos detentos que estão trabalhando, essas iniciativas de ocuparem os presos permitem uma ressocialização mais efetiva de seus participantes ao aprimorar seus conhecimentos ou, até mesmo, ensiná-los uma nova profissão.
Para o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, obra de reforma da 4ª DP demonstra o compromisso do sistema penitenciário em proporcionar mecanismos de reinserção social, comprometendo-se também a contribuir diretamente com benefícios a toda a população.
Com informações do TJ/MS.