Jateí (MS) – A acupuntura, terapia milenar chinesa que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo, está sendo utilizada junto a internas do Estabelecimento Penal Luiz Pereira da Silva, em Jateí, para o tratamento especializado de ansiedade, estresse, insônia, depressão e dor generalizada.
O trabalho voluntário é realizado pelo médico Paulo Cesar F. Dutra, com acompanhamento de uma enfermeira, que compõem a equipe de saúde prisional na unidade, acontece uma vez por semana no presídio, há menos de um mês. Trinta detentas participam do tratamento, previsto para prosseguir até junho deste ano.
Segundo a diretora interina do presídio, Solange Pereira da Silva, o programa contribui de maneira significativa, já que muitas custodiadas apresentam quadro clínico de enfermidades múltiplas, conforme avaliação médica. “Esta iniciativa é uma forma de amenizar as dificuldades existentes e consequentemente uma melhoria da qualidade de vida”, destaca, ressaltando que o trabalho, apesar de estar no início, vem demonstrando efeitos muito positivos. ”Quinze internas já deixaram de usar medicamento controlado”, informa.
O médico responsável explica que a acupuntura faz parte da tradicional medicina chinesa e que representa um método de tratamento complementar. Conforme Dutra, as agulhas são aplicadas no local correspondente à situação a ser tratada. O tratamento também envolve a preparação de um ambiente de relaxamento ao som de música oriental.
A interna Rosa Maria Vieira Graciano, 48 anos, é uma das participantes e garante os efeitos positivos da acupuntura. “Esse tratamento melhorou minha dor no nervo ciático, meu intestino está funcionamento melhor e minha pressão alta está controlada. Não tomo mais medicamento controlado e os outros medicamentos tomo bem menos porque minhas dores melhoraram e estou dormindo melhor”, afirma. “O meu emocional também está mais controlado, estou menor estressada”, completa.
Para o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, “todas as iniciativas de tratamento clínico são bem-vindas no sistema prisional, devendo, neste caso, serem destacados o empenho do médico de família e da própria direção do presídio”.