Campo Grande (MS) – Agentes penitenciários realizaram na tarde desta sexta-feira (24) uma revista na cela do instituto Penal de Campo Grande (IPCG) destinada a internos que se autodeclaram “travestis”. A vistoria se deu após levantamento de informações pelo serviço de inteligência da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) quanto ao uso de celulares por parte dos detentos, inclusive com postagens em uma rede social.
Durante a operação, que envolveu também o uso de banqueta detectora para identificar possíveis aparelhos introduzidos no corpo dos internos, foram apreendidos dois celulares e um carregador, e localizadas as postagens identificadas pelo serviço de inteligência. Os celulares serão inspecionados para identificar as pessoas com quem eles se comunicavam, para que se tome as providências necessárias.
Os seis internos identificados foram isolados em celas disciplinares. Também foi aberto um processo disciplinar interno para apuração das devidas responsabilidades e punições cabíveis.
O diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, elogiou a rapidez e o profissionalismo com que os agentes penitenciários agiram.
Ações
Conforme o diretor-presidente, além das vistorias constantes em celas e operações pente-fino, a Agepen vem buscando melhorar o sistema de revistas em visitantes com o uso de aparelhos de detecção, como portais, esteiras de raio x e banquetas detectoras.
Além dos equipamentos já existentes, informa Stropa, logo após as Olimpíadas, as unidades prisionais do Estado irão receber mais 51 equipamentos de segurança para reforçar o sistema de revistas, ampliando as possibilidades de impedir a entrada de ilícitos.
A Agepen também vem viabilizando junto à empresa responsável a ampliação do sistema de bloqueio de celular instalado no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, no sentido de diminuir os pontos de sombras existentes, onde o sinal não é bloqueado.
Paralelamente a isso, foi encaminhado pela agência penitenciária expediente à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), solicitando que seja providenciado o “urgente bloqueio de sinais de telefonia móvel dentro dos limites de cada unidade prisional de Mato Grosso do Sul”. Para que se realize o bloqueio, foi encaminhado, anexo, um levantamento detalhado, especificando as áreas limítrofes de cada uma das 45 unidades prisionais do Estado, com base em descrições de georreferenciamento.
A agência penitenciária também está oficiando às empresas de telefonia celular para que cumpram o que determina a Lei Estadual nº 4.650, de março de 2015, que determina que “as empresas operadoras do Serviço Móvel de Telefonia instalem equipamentos tecnológicos ou solução tecnológica hábil a identificar e/ou bloquear sinais de telecomunicações e/ou radiocomunicações nos Estabelecimentos Penais e nos Centros de socioeducação do Estado do Mato Grosso do Sul”, solicitando inclusive a cobrança de multa, tendo em vista que os 180 dias previstos para a adequação já se encerraram há algum tempo.