Campo Grande (MS) – Com o dobro da média nacional em número de presos, proporcionalmente à população, Mato Grosso do Sul precisa de uma atenção especial do Governo Federal, principalmente porque um grande contingente de seus custodiados é oriundo de outros estados da federação por conta do tráfico de entorpecentes – responsável por cerca de 40% das prisões no Estado. A afirmação foi feita pelo diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa Garcia, na manhã desta terça-feira, em entrevista ao Bom Dia MS, da TV Morena.
“Precisamos de um maior apoio do governo federal, pois a polícia estadual trabalha incansavelmente contra o tráfico de drogas nas fronteiras do Estado e esse trabalho resulta em muitas prisões, que consequentemente refletem na superlotação das nossas Unidades Penais. Nós estamos trabalhando para todo o Brasil e precisamos de apoio para manter esse trabalho”, explicou.
Conforme o diretor, o Estado possui cerca de 15,5 mil presos, para uma capacidade de 7.327 vagas. Dentro desse contexto, a média de prisões em Mato Grosso do Sul é de 600 prisões por cem mil habitantes, enquanto que a média nacional é de 300 por cem mil.
Segundo Stropa, em breve, serão inauguradas duas ampliações, uma em Ponta Porã e outra em Coxim. Ele também destacou que o Governo do Estado pretende entregar ainda neste ano três novos presídios em Campo Grande, ambos na região da Gameleira, “um está previsto para ser entregue ainda neste primeiro semestre e dois até o final desse ano”.
Com o aporte de verbas federais, no valor de quase R$ 55 milhões, anunciados pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, o estado pretende construir em Dourados dois novos presídios. Além disso, os recursos serão destinados para aquisição de novos aparelhos – raio-x, scanners corporais e bloqueadores de celular, para coibir ainda mais as entradas de materiais ilícitos e proibidos nos presídios do estado, além de equipamentos de segurança para uso dos agentes penitenciários, como armamento, munições, escudos e coletes.
Rebeliões no Brasil
O diretor-presidente ressaltou que o sistema penitenciário do Estado está sob controle e o risco de acontecer algo é baixo, “recebemos uma gama de informações e analisamos todas para verificar o que é verídico e o que não é. Monitoramos tudo, minuto a minuto”, disse. Entre os pontos positivos de controle estão os agentes penitenciários, “temos servidores com curso superior que vem se esmerando para manter esse equilíbrio”, explicou.
Concurso
O concurso para 438 novos agentes penitenciários, 30% do quadro atual, está na fase final e em breve irá reforçar o quadro de servidores da Agepen, “nos próximos dias estaremos finalizando o estágio supervisionado. Já no dia 1º de fevereiro, com a presença do governador Reinaldo Azambuja e do secretário de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, teremos a formatura dos novos agentes, e ainda o governo estuda a possibilidade de chamar mais servidores para compor os nossos quadros”.