Campo Grande (MS) – Exames de prevenção ao câncer de colo de útero e de mama estão sendo oferecidos nesta segunda-feira (26.6) a reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi (EPFIIZ), na capital, através da unidade móvel do Hospital do Câncer de Barretos, que se encontra na frente do presídio.
Neste ano, a coleta do preventivo é feita com equipamentos de última geração, com luz de led, que detecta até o vírus HPV, o qual pode ocasionar câncer no colo do útero. Além disso, a carreta do Hospital do Câncer de Barretos possui o mamógrafo mais avançado do Mato Grosso do Sul, e os resultados são todos digitais. Ao todo, participam dos procedimentos quatro profissionais da saúde, sendo duas técnicas em radiologia, uma técnica de enfermagem e uma enfermeira-padrão.
Ao todo, serão realizados 184 procedimentos, sendo 54 mamografias e 130 preventivos. Os exames de colo do útero são destinados a detentas entre 25 e 65 anos e o de mama para a faixa etária entre 40 a 69 anos. Os trabalhos se iniciaram às 08h e se estenderão até às 17h de hoje (26.6).
A ação no presídio feminino de Campo Grande faz parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Hospital do Câncer de Barretos, Instituto de Prevenção Antônio Morais dos Santos, 50ª Promotoria de Justiça e Ministério Salva Vidas.
De acordo com Magda Barbosa das Neves, enfermeira padrão e responsável pela unidade móvel, a ideia principal desta ação é proporcionar atendimento prolongado às custodiadas que necessitarem. “O tratamento é contínuo, não ficam apenas nos exames iniciais, os resultados serão entregues em 60 dias e, se caso tiver alguma alteração, as internas passarão por exames complementares e serão encaminhadas para as especialidades médicas necessárias”, enfatiza Magda, que também acredita na “prevenção como a melhor cura”.
Os atendimentos são realizados com seis internas por vez, primeiramente são feitas as entrevistas individuais a respeito da saúde feminina de cada uma e, depois se inicia os procedimentos. A segurança e acompanhamento de toda a ação são realizados por agentes penitenciários da Agepen e por policiais militares.
Para o diretor presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, este projeto é de suma importância para as custodiadas por proporcionar prevenção ao câncer e tratamento prolongado quando necessário. “Toda parceria que nossa instituição realiza nos auxilia a proporcionar tratamento humanitário às pessoas privadas de liberdade, principalmente quando prioriza atendimentos e assistência médica progressiva aos detentos”, declara o dirigente.
Segundo a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, todo o empenho disponibilizado das entidades participantes deste projeto retrata a preocupação com a saúde da mulher encarcerada, além de garantir a dignidade humana a essas pessoas, e nada melhor que a prevenção para se demonstrar isso.
A custodiada Ramona da Silva Reis, de 47 anos, foi a primeira a ser atendida nesta ação e afirmou que cuidar da saúde é muito importante. “Essa é uma boa oportunidade para fazer meus exames básicos, inclusive os meus últimos procedimentos foram feitos por esta unidade móvel também”, declarou a interna, que passou pelos dois tipos de exames.
Em discurso, a promotora da 50ª Promotoria de Justiça, Renata Ruth Goya, frisou a participação do Poder Judiciário em parcerias de ações que beneficiam e cooperam para a ressocialização das pessoas privadas de liberdade, além do esforço em atender às demandas das unidades penais do Estado.
Também participaram da solenidade de abertura dos trabalhos a diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Elaine Arima; o chefe de Gabinete, Pedro Carrilho; e o chefe da Divisão de Estabelecimentos Penais, Antônio Rubens Fernandes.
Texto: Tatyane Santinoni e Keila Oliveira.
Fotos: Tatyane Santinoni.