Com esforço e coragem, mulheres conquistam espaço no Comando de Operações Penitenciárias

Categoria: Dia da Mulher | Publicado: sexta-feira, março 8, 2019 as 16:40 | Voltar

Campo Grande (MS) – “Paixão, honra e orgulho do que faço são características que marcam a minha trajetória”. Esse é o relato da agente penitenciária Maísa Rosa Rocha, primeira mulher a integrar o grupo especial que representa força de reação da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), criado há pouco mais de um ano.

No COPE, agentes femininas realizam os mesmos serviços dos homens.

Assim como Maísa, superação, força de vontade e garra traduzem a atuação das cinco agentes femininas que venceram barreiras e hoje atuam no Comando de Operações Penitenciária (COPE), formado por agentes penitenciários especializados em ações de intervenção, escolta de presos e revistas de segurança em presídios de Mato Grosso do Sul. Trabalhar de sobreaviso e sem rotina preestabelecida são características peculiares de quem exerce esse serviço.

Para as mulheres, o ingresso no Comando de Operações Penitenciárias exigiu treinamentos físicos e psicológicos intensos, os mesmos destinados aos agentes masculinos, envolvendo resistência a câmaras de gás, longas horas em aulas de técnicas de defesa pessoal, conhecimento detalhado de armamento e tiro, entre outros. Agora, no dia a dia do serviço, também não é diferente: elas exercem as mesmas funções dos homens, desde escoltas a intervenções em unidades prisionais masculinas e femininas.

“A única diferença é que não realizamos revista corporal masculina, conforme previsto na legislação”, explica a agente Jackye Lee Magalhães Santos, que entrou no grupo como forma de superação pessoal. “Quando realizei o curso de preparação, eu estava amamentando meu filho de cinco meses ainda e com 10 quilos a mais. Então para mim foi muito puxado, mas fiquei feliz de ter sido chamada para integrar esse grupo tão importante para o sistema penitenciário”, comemora a agente.

Maísa e Jackye Lee sentem orgulho de desempenharem o trabalho.

Apesar de ser cansativo, Jackye Lee garante que vale a pena cada esforço. “É prazeroso fazer o que a gente gosta. Somos fortes, muitas aguentam até mais que os homens e não podemos achar que não temos forças como os homens, porque a força está na mente, então conseguimos, sim, ir além dos limites”, afirma a servidora.

A oportunidade de fazer parte de uma nova geração na história da Agepen foi o que motivou a servidora Marilene da Silva Souza a ingressar no COPE. “Nunca sonhei em ser agente penitenciária, porém a oportunidade do concurso chegou, estabilidade financeira, e aprendi a gostar da profissão. Com a nova rotina, a imprevisibilidade impera, hoje estou aqui amanhã tenho que viajar, mas com a ajuda da família a gente consegue superar os desafios”, relata a agente, que atua na base do comando em Naviraí.

Quanto aos colegas de trabalho, Marilene fala sobre a adaptação em atuar em um ambiente masculinizado. “Somos parceiros e estamos sempre dispostos a nos ajudar, o bom trabalho de um pode garantir a vida do outro, seja homem ou mulher”, afirma.

Marilene e Dilma integram a base do comando no interior.

A  agente Dilma Colman Delbane representa a atuação feminina no COPE em  Dourados. “A criação deste grupo era um sonho muito antigo da instituição e representou um grande avanço para nós, e uma coisa posso garantir, sou apaixonada pelo que faço”, comemora. “Somos treinadas e preparadas para o combate, não há distinção de sexo, não existe um favorecimento, estamos sempre prontas para entrar em ação no que for preciso”, garante, destacando que é primordial o aperfeiçoamento constante por meio de cursos.

Papel Feminino

O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, destaca que,  assim como as agentes do COPE, as mulheres trabalham em diversas funções importantes dentro do sistema penitenciário, pois, além da Segurança e Custódia, também atuam nas áreas de Assistência e Perícia e Administração e Finanças.

"Todas juntas contribuem, de forma harmônica, para o desenvolvimento das atividades. São guerreiras que fazem parte do sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul e provam que, com dedicação e coragem, é possível superar os limites e romper paradigmas", agradece.

Texto: Tatyane Santinoni e Keila Oliveira.

Publicado por:

Utilizamos cookies para permitir uma melhor experiência em nosso website e para nos ajudar a compreender quais informações são mais úteis e relevantes para você. Por isso é importante que você concorde com a política de uso de cookies deste site.