Campo Grande (MS) – A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) realizou nesta sexta-feira (12) uma solenidade de entrega de kits de higiene a internas do Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi (EPFIIZ), na Capital.
O evento foi apenas simbólico, segundo o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, e serviu para reafirmar e demonstrar o compromisso e preocupação da instituição em fornecer assistência material à população carcerária de Mato Grosso do Sul.
Com a participação de duas reeducandas de cada um dos 13 alojamentos do presídio, que representaram as demais, a solenidade reuniu também representantes da Pastoral Carcerária, Pastoral da Saúde, Ministério Público e instituições de Direitos Humanos.
Todas as internas do presídio feminino de regime fechado de Campo Grande receberam os kits fornecidos pela agência penitenciária, contendo shampoo, condicionador, sabonete, papel higiênico, creme dental, escova de dente, sabão em pó e em barra.
Durante a solenidade, o diretor-presidente da Agepen destacou que a assistência material é um dever do Estado e o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul tem buscado suprir essa demanda, mesmo diante das dificuldades orçamentárias e do elevado custo gerado, tendo em vista que atualmente são cerca de 14,3 mil custodiados. “Estamos buscando apoio também das instituições e da sociedade como um todo para que possamos vencer esse desafio”, comentou.
A preocupação maior nesse sentido, conforme Stropa, é com relação às mulheres em situação de prisão, já que o índice de visitação de familiares é menor no caso delas. No EPFIIZ, por exemplo, apenas 25% da custodiadas recebem visitas com regularidade.
A interna Adriana Aparecida Miranda, 28 anos, é uma das que não recebem visitas de parentes. Presa há dois anos, ela conta que é do Paraná e que, por conta disso, não recebe ajuda de nenhum familiar, dependendo exclusivamente da assistência prestada no presídio para a manutenção da higiene pessoal. “É muito importante para a gente esses materiais, para que possamos tomar banho adequadamente, podermos cuidar das nossas roupas, e da nossa saúde”, afirmou.
Para a diretora do presídio feminino, Mari Jane Boleti Carrilho, o impacto da falta de material de higiene é muito maior entre as reeducandas, porque reflete também na autoestima e comportamento delas. “A limpeza para a mulher está associada diretamente à beleza, quando temos um ambiente limpo e asseado também se torna mais tranquilo”, disse.
Presente no evento, a promotora da 50ª Promotoria de Justiça, Jískia Sandrin Trentin, reafirmou o compromisso das autoridades em garantir que os internos tenham acesso a itens básicos de higiene e limpeza, mesmo diante dos inúmeros empecilhos existentes. “A direção da Agepen, na pessoa do Dr. Ailton, tem demonstrado preocupação e vontade de fazer acontecer”, elogiou.
Representando a Pastoral Carcerária, a senhora Zilda Maria Galvão Lima Nacao, também destacou o comprometimento demonstrado pela direção da agência penitenciária em proporcionar um tratamento penal adequado e ressaltou que esse é um papel não só do Governo, mas da sociedade como um todo, que pode dar a sua contribuição para que os internos tenham um tratamento mais digno e humanizado.
Participaram também da solenidade simbólica os representantes da Comissões de Direitos Humanos: Iracema Ferreira de Vasconcelos Silva (Centro de Referência em Direitos Humanos – IBISS/CO) e Luiz Fernando da Silveira Osório (Conselho Estadual de Direitos Humanos); o diretor de Assistência Penitenciária da Agepen, Gilson Martins e a coordenadora das unidades penais femininas, Jane Maria da Mota Stradiotti; entre outros.