Saúde e qualidade de vida dos policiais penais de Mato Grosso do Sul é prioridade em um projeto que está sendo elaborado, o qual prevê a capacitação de gestores como multiplicadores de técnicas e conhecimentos. A ideia é desenvolver oficinas práticas com palestrantes especialistas em gestão de pessoas e liderança.
Desenvolvida pelos Núcleos de Apoio ao Servidor e de Planejamento, Projetos e Convênios da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a proposta foi apresentada à direção da instituição, no fim de agosto, e enfatizou a importância de fortalecer uma gestão de forma humanizada e eficiente.
Conforme a chefe do Núcleo de Apoio, Maria Roseneusa dos Santos de Oliveira, o projeto busca o acolhimento e a escuta ativa dos gestores e uma forma de contribuir no desenvolvimento de habilidades indispensáveis para uma boa liderança.
“Nossa preocupação é com todos, estamos amadurecendo as ideias para elaborarmos uma proposta final”, explicou Roseneusa.
As oficinas terão o objetivo de contribuir no relacionamento interpessoal das equipes, oferecer ferramentas práticas de gestão de pessoas, de forma técnica e emocional, por meio de oficinas didáticas de multiplicação de conhecimento.
Intitulada “Capacitação dos diretores das unidades penais de MS com foco em uma gestão humanizada”, o chefe do Núcleo de Projetos, Eduardo Alexandre de Oliveira Fonseca, ressaltou que a proposta contempla a contratação de profissionais especialistas e que sejam realizados dois encontros presenciais e um online. “Essa é uma pauta nacional, portanto já existe uma verba específica para essa atenção à qualidade de vida dos servidores do sistema prisional”, afirmou.
Durante a reunião, o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, reforçou que a gestão integra a participação de toda a equipe. “Essa apresentação de ideias e projetos que incrementem no desenvolvimento do nosso trabalho tem muita relevância, principalmente por priorizar a prevenção de fatores negativos e a minimização de riscos no trabalho, seja emocionais ou mesmo no que se refere a qualquer tipo de assédio e os próprios efeitos da prisionização”, destacou.
O próximo passo será elaborar o projeto final e encaminhar à Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), com apoio do Núcleo de Planejamento, Projetos e Convênios da Agepen.
Pauta nacional
A iniciativa surgiu após o encontro nacional sobre “Oficinas de capacitação de gestores e intercâmbio de experiências”, promovido em Brasília, de 14 a 18 de agosto, pelo Senappen em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Durante o encontro, estiveram presentes a chefe do Núcleo de Apoio ao Servidor, Maria Roseneusa dos Santos de Oliveira, e as policiais penais Vanessa Saad M. Acuña e Naytara Grotta Furlan, dos núcleos de apoio ao Servidor e de Planejamento, Projetos e Convênios, respectivamente.
O objetivo foi justamente dar ênfase na atenção à qualidade de vida no trabalho dos policiais penais. Para o encontro, foram convidados seis Estados, baseando em boas práticas implantadas no sistema prisional. Além de Mato Grosso do Sul, participaram Espírito Santo, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
“Somos o único Estado do país com o setor psicossocial estruturado, com policiais penais de carreira voltado ao atendimento específico e direcionado aos servidores”, enfatiza Roseneusa, afirmando estar satisfeita com a receptividade e entusiasmo do projeto pela direção da Agepen.
Para embasar a implementação de políticas públicas com dados científicos coesos é imprescindível que todos os profissionais respondam à Pesquisa “Cenários da Saúde Física e Mental dos Servidores do Sistema Prisional Brasileiro”, que foi lançada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, Senappen e Fiocruz. A pesquisa segue até 15 de outubro (clique aqui).