Campo Grande (MS) – Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande apontam que, no município, somente este ano foram diagnosticados 213 novos casos de HIV, sendo que a maior parte deles, aproximadamente 78%, em pacientes com idades entre 20 e 49 anos. No ano passado, foram 196 casos novos, sendo 73% deles nessa faixa etária.
Das 287 novas notificações de HIV, 79 foram de infecção em mulheres. Dentro desse contexto, o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, a Secretaria Municipal de Saúde e a Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres de Campo Grande, em parceria com a direção do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), levaram esta semana palestra com o tema IST/Aids para as detentas que cumprem pena no regime fechado na capital.
A apresentação foi realizada pelo médico-ginecologista Rafael Donha Sanches Neto, que explicou detalhes sobre diferentes Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), desde formas de prevenção, contágio e tratamento.
De acordo com a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, a iniciativa complementa as diversas ações voltadas à saúde das internas realizadas na unidade penal. “Palestras como esta são muito importantes no sentido de bem informar as custodiadas sobre a prevenção às infecções sexualmente transmissíveis”, destacou. “O presídio só tem a agradecer a Prefeitura de Campo Grande que trouxe toda essa contribuição para nossa unidade”, complementou.
Para a reeducanda E.C.S, muitas vezes as mulheres não têm noção do quão grave são as doenças e de como é importante se prevenir. “Eu achei muito importante o alerta, entender os sintomas, pois muitas vezes achamos que está tudo bem e não procuramos ajuda médica”.
Segundo a subsecretária Carla Stephanini, a ação atingiu o objetivo. “Viemos alertar e vimos interesse nas mulheres em aprender. Somos gratos a todos os parceiros por estarem atuando com a gente nas políticas para as mulheres”, disse.

Internas receberam informativos sobre ISTs.
Do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, Cleuza Vasconcellos, explicou que o papel deles é se preocupar com a comunidade como um todo e por isso a importância de levar ações ao presídio. “É muito importante trazer essas ações para essas mulheres que estão custodiadas. Não é porque estão presas que não têm direitos às políticas públicas; tem sim”, disse.
Todas as reeducandas passam por exames de saúde, conforme dados do próprio presídio cerca de 30% delas chegam com alguma IST, por isso tão importante o alerta para a prevenção.
Também participaram da palestra, o chefe de Gabinete da Agepen, Valdimir Ayala Castro; a chefe da Divisão de Saúde, Maria de Lourdes Delgado Alves; e o chefe da Divisão de Ações de Segurança e Custódia, Alírio Francisco do Carmo.
Com informações da PMCG.
Fotos: Keila Oliveira