O clima julino tomou conta do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, no mês de julho. A equipe do setor de Educação e Psicossocial organizou uma celebração seguindo todos os protocolos de biossegurança para as reeducandas que são matriculadas no ensino regular na unidade.
Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, os tradicionais festejos juninos também precisaram passar por adaptação e para que as mulheres em cumprimento de pena não ficassem de fora, a direção da unidade resolveu preparar uma comemoração no estilo drive-thru.
Cada interna participou das brincadeiras propostas de forma individual, respeitando o distanciamento social, em seguida retirava o kit de comidas típicas. “Tudo foi pensado e organizado com muito carinho para trazer acolhimento às internas, de forma segura e responsável”, informou a diretora da unidade penal, Mari Jane Boleti Carrilho.
Presa há mais de dois anos, a reeducanda Elaine Lopes, enfatiza que participar de um momento de descontração é muito importante para quem está fora do convívio em sociedade. “Pode parecer algo simples, mas estar aqui faz muita diferença para nós”, agradeceu.
Além de comidas típicas, decoração e música caipira, as internas puderam participar de brincadeiras como tomba pote, argola e pescaria, e ganharam prendas como recompensa pelos jogos. Ao todo, 26 internas participaram do arraial.
Responsável pelo setor de Educação do EPFIIZ, servidora Ana Lúcia Morais Coinete Gomes, o foco foi transmitir a valorização às apenadas, para que se sintam inseridas na vida que acontece fora dos muros da unidade penal, sendo a educação uma das principais ferramentas para isso.
“Nessa perspectiva, mais do que fazer parte do calendário escolar, a realização da festa julina na escola é um elemento pedagógico importante para a formação dos estudantes, mesmo necessitando cumprir os protocolos de segurança da Organização Mundial de Saúde”, informou a servidora.
E foi dentro do presídio que o desejo pelos estudos reacendeu na interna Luciana Alves. Hoje com 42 anos, já finalizou o Ensino Fundamental e está terminando o Ensino Médio. “Educação representa tudo, transforma comportamentos e pensamentos. Entrei aqui na quinta série e agora vou sair com meus estudos concluídos e estou pronta para fazer minha faculdade de Estética; coisas que nunca imaginava em fazer lá fora e aqui estou recomeçando de verdade”, comemora.
A iniciativa foi realizada pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da direção do presídio, e contou com apoio da Escola Estadual Profª. Regina Lúci Anfe Nunes Betine, responsável pelo ensino regular na unidade penal.