Campo Grande (MS) – Parcerias da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) possibilitam capacitação e geração de renda para reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), através da produção de artesanato. Na manhã desta quarta-feira (22), as detentas receberam das mãos das autoridades carteiras do artesão, fornecidas pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e certificados do curso de confecção de vestuário em crochê, oferecido pela Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat).
Convênio com a Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei), por meio da FCMS, garantiu a confecção do documento que identifica as internas como artesãs autônomas, assegurando o acesso a vários benefícios concedidos a esses profissionais.
No total, 19 custodiadas que trabalham com artesanato no presídio receberam a carteira do artesão, durante a solenidade realizada no EPFIIZ. Conforme a Fundação, outras 295 carteiras estão sendo castradas, beneficiando internos das demais unidades prisionais da Capital que também atuam na área.
A reeducanda Rossi Silvana Toledo Pereira, 39 anos, é uma das detentas que agora estão cadastradas oficialmente como artesãs. Ela também participou do curso oferecido pela Funsat e acredita que a capacitação, aliada à identificação profissional irá contribuir para a construção de uma nova história de vida. “Acredito que isso agrega valor ao meu trabalho, que receberá um olhar melhor da sociedade também”, afirma. “Daqui do presídio, levarei uma nova profissão que, com certeza, se não for a minha profissão principal, ajudará a reforçar a minha renda”, completa.
Com 56 horas aula, o curso de confecção de vestuário em crochê foi concluído por 15 internas e envolveu conteúdos que abordaram desde a noção de tamanhos à estrutura das roupas. A qualificação foi ministrada pela instrutora da Funsat, Arlete Televatti Ferreira.
Para a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, as oportunidades de reinserção oferecidas abrem novas perspectivas de futuro às internas. “Desperta vocações e talentos, possibilitando que nossas custodiadas desenvolvam um espírito autônomo e empreendedor”, destaca.
Segundo o presidente da Funsat, Cícero Ávila, além do curso oferecido no presídio feminino, a fundação está à disposição para novas parcerias que possibilitem a reintegração social dos apenados. “Estamos verificando outras opções que possam assegurar o ingresso e a permanência desse público no mercado de trabalho”, finaliza.