Um ato de solidariedade mais uma vez une o sistema prisional ao fortalecimento de ações educacionais de crianças em Mato Grosso do Sul. Dessa vez, o exemplo vem de Jardim, onde internos do Estabelecimento Penal “Máximo Romero” construíram uma horta no Centro Integrado de Educação Infantil (CIEI) “Aparecida da Silva Jacob”.
A ação contemplou a mão de obra de dois internos do regime fechado da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), que possuem autorização judicial para trabalho externo, mediante escolta, e atendeu um pedido da instituição infantil de ensino do município.
Conforme o diretor do presídio, Júlio César Góes da Silva, foram produzidos canteiros para cultivos das hortaliças, além de doação de mudas, sementes e adubo. “Prontamente atendemos o pedido da direção da instituição infantil e implantamos a horta, que vai contribuir no aprendizado e alimentação dessas crianças e suas famílias”, destacou.
Idealizado pelas coordenadoras Sue Elane e Sônia Vilhalva, o projeto “Educar para Valorizar” surgiu após verificarem o trabalho social já desenvolvido pelo presídio em instituições filantrópicas da região, com a doação regular de hortaliças.
“Ficamos interessadas em conhecer esse trabalho, entramos em contato com a direção da unidade penal, o qual se disponibilizou a nos atender. Essa ação será muito útil aos nossos alunos, vamos mostrar na prática bons produtos para uma alimentação saudável”, explicou a diretora da CIEI, Carla Gabriely Espíndola Mundier.
O CIEI Cida Jacob atende 107 crianças de forma híbrida, onde os pais participam atendendo as necessidades educacionais dos alunos e oferecendo retorno das atividades desenvolvidas através das devolutivas com fotos e vídeos para conclusão dos trabalhos. Os professores de Educação Física serão responsáveis pela continuidade do projeto do cultivo de hortaliças.
A coordenadora Sue Elane agradeceu o importante apoio recebido da unidade penal. “Esse trabalho concretizou o início de um sonho, obrigada pela colaboração e atenção oferecida a nossas crianças”, afirmou.
A horta existe na unidade prisional há cerca de sete anos e começou funcionando como um meio de incrementar as refeições servidas a internos e servidores, além de servir de laboratório para as constantes capacitações oferecidas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), importante parceiro da Agepen na realização de cursos profissionalizantes na unidade prisional.
![](https://www.agepen.ms.gov.br/wp-content/uploads/2021/06/Horta-Jardim.jpeg)
No presídio de Jardim, a horta existe há sete anos e contribui na alimentação interna e doações a instituições filantrópicas da região.
Atualmente, por conta da pandemia, a produção tem atendido apenas a demanda interna, mas dentre as instituições já beneficiadas estão Casa da Garota, de Guia Lopes da Laguna; Casa do Garoto, de Jardim, que abrigam crianças e jovens, judicialmente separadas de suas famílias; além da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
Pelo trabalho, os detentos recebem remição de um dia na pena a cada três de serviços prestados, conforme estabelece a Lei de Execução Penal (LEP).