Campo Grande (MS) – Por meio de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Conselho da Comunidade de Campo Grande (CCCG), reeducandos da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande e do Estabelecimento Penal Feminino de Campo Grande receberam qualificação profissional na área de pintura predial.
Com carga horária de 160 horas, envolveu aulas teóricas e práticas desenvolvidas pela Escola Concretta, abordando conhecimentos que vão desde como fazer o orçamento de pintura de obras ou revestimentos de interiores, noções de segurança no trabalho e higiene, a preparar superfícies para acabamento e aplicar tintas e revestimento; além de serem preparados também para aplicar pinturas mais sofisticadas, como: textura, marmorização e grafiato; consideradas um diferencial para os profissionais.
Na Máxima, foram qualificados 18 internos (foto principal), que agora estão preparados para ingressarem no mercado de trabalho com uma profissão digna e em constante ascensão. Este mês, os reeducandos participantes tiveram direito a uma solenidade de certificação, com a presença do diretor de Assistência Penitenciária da Agepen, Gilson Assis Martins, que no ato representou o diretor-presidente Ailton Stropa Garcia; da promotora de Justiça Jiskia Sandri Trentin e do secretário executivo do Conselho da Comunidade de Campo Grande, Nereu Rios, entre outros.
O interno A.P.S., 25 anos, foi um dos qualificados e agora confia que a nova profissão “irá abrir portas”, contribuindo para que não volte a reincidir na prática criminal. “Acredito que poderei trabalhar com isso, gostei desse trabalho e acho que não vai faltar emprego”, comenta.
No presídio feminino de regime fechado da Capital, 20 internas foram capacitadas e, apesar de a profissão ser considerada “masculina”, elas também enxergam uma possibilidade de conquistar o sustento próprio e da família. “Mulher é mais caprichosa, mais detalhista, e, geralmente, a gente gosta de mexer com decoração, então fazemos com amor”, afirma a reeducanda L.M.A, 31 anos, garantindo que com o curso já domina as técnicas de utilização de rolos e pincéis.
Com formação profissional na área há 20 anos, o professor da Escola Concretta Paulo Dias, que ministrou o curso no feminino, também assegura que os participantes estão prontos para o mercado de trabalho. “E isso é muito gratificante para mim, pois acredito que passando o conhecimento que eu tenho a essas pessoas estou contribuindo para que quando estiverem livres possam recomeçar em uma nova profissão, conseguindo a coisas com seus próprios esforços”, diz.