Mensagens de força e coragem foram escritas em cartões de Natal confeccionados por mulheres que cumprem pena em regimes semiaberto e aberto, na capital de Mato Grosso do Sul, como parte do projeto “Natal Mágico”. O objetivo foi resgatar laços com a família, incentivando o processo de ressocialização. As cartas foram enviadas por Correio para os familiares.
A iniciativa é uma de várias desenvolvidas no Estabelecimento Penal Feminino de Regimes Semiaberto e Aberto de Campo Grande (EPFRSAAA-CG), pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), graças ao esforço conjunto entre a Direção, Setor de Trabalho e equipes psicossocial e de segurança do presídio, com o objetivo de levar tratamento penal humanizado às mulheres que estão prestes a conquistar a liberdades, podendo escrever uma nova história de vida.
Ao todo, foram mais de 50 cartões escritos à mão por 15 internas, enfeitados com pinturas de canetinha, lápis de cor e tinta glitter, conforme destaca a chefe do Setor de Trabalho do EPFRSAAA-CG, Phamella Rita Gimenez, uma das idealizadoras da iniciativa, ao lado da psicóloga Marilaine Rodrigues Vilarga.
Durante o projeto, também foram distribuídos às reeducandas kits de higiene, doados pela agente religiosa da Igreja Católica, Maria do Roccio. Além disso, uma Cantata de Natal foi realizada pela missionária Isabel Cândida do Nascimento Vieira, da Igreja Batista, através da Associação Ministério Salva Vidas.
Outra ação que demonstra preocupação em desenvolver atividades voltadas à reinserção social e tratamento digno às mulheres em situação de prisional é a “Gincana Literária”, que tem por objetivo de estimular o prazer pela leitura e os benefícios que ela possibilita.

Policial pena Phamella Rita conduziu a Gincana Literária, com o objetivo de estimular o prazer pela leitura e os benefícios que ela possibilita.
Através da iniciativa, custodiadas da unidade penal, que integram o projeto de Remição pela Leitura, participaram de uma disputa com perguntas e respostas sobre obras literárias, valendo brindes para quem conquistasse mais pontos.
Na primeira edição da gincana, as internas responderam questões sobre os clássicos “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, e “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, obras que já haviam lido e escrito resenhas. As perguntas foram elaboradas pela comissão responsável pela avaliação dos textos.
Arte em Mosaico
Visando à capacitação das custodiadas, a produção de peças em mosaico também foi tema de um curso oferecido a 10 internas do local, por meio de parceria entre a Agepen e Fundação de Cultura.
A capacitação teve carga horária de 168 horas e agora representa mais uma oportunidade de renda para quando conquistarem a liberdade.
Para a reeducanda Mirian Monteiro Bruno, uma das capacitadas, o artesanato em mosaico é uma “porta aberta para o futuro”. “Já penso até em ter meu próprio ateliê, trabalhar com minhas filhas, ter uma fonte de renda. A cada construção de peça floresce a esperança em meu coração”, agradece, reforçando que sonha em ajudar outras mulheres em situação de cárcere com a arte apreendida na unidade prisional.