Campo Grande (MS) – Exames de prevenção ao câncer de colo de útero e de mama estão sendo oferecidos a custodiadas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi (EPFIIZ), na Capital, através da unidade móvel do Hospital de Câncer de Barretos. Só no primeiro dia de ações, 40 reeducandas foram atendidas, com 71 procedimentos realizados, entre Papanicolau e mamografia. As ações prosseguem até as 16h desta sexta-feira (28), a meta é que 111 detentas recebem os atendimentos.
A ação no presídio faz parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Hospital do Câncer de Barretos, Instituto de Prevenção Antônio Morais dos Santos, Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres e Igreja Batista.
De acordo com o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, a próxima unidade a ser beneficiada será o Estabelecimento Penal de Regimes Semiaberto e Aberto de Campo Grande (EPFRSAAA-CG). “Agora, estamos verificando a possibilidade de estendermos os atendimentos também às unidades femininas do interior”, disse em discurso, durante a abertura dos trabalhos na nessa quinta-feira (27).
Coordenador da iniciativa no presídio, através da Divisão de Saúde, o diretor de Assistência Penitenciária da Agepen, Gilson de Assis Martins, informou que a ação é uma de muitas que vêm sendo desenvolvidas em prol da população privada de liberdade no Estado. “Temos também em andamento um projeto de prevenção e combate à tuberculose e de HIV, parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, entre muitas outras”, disse.
Conforme o Diretor de Operações da Agepen, Reginaldo Francisco Regis, para a realização dos trabalhos juntos às reeducandas foi necessário um aparato de segurança junto à Polícia Militar, já que as internas precisaram deixar o presídio para terem acesso à unidade móvel, instalada na área externa.
Exames
Na unidade móvel, as mamografias são digitais, e a coleta de Papanicolau em base líquida, o que aumenta em 100% a eficácia dos laudos, explica a enfermeira responsável Fabiane Almeida. Segundo ela, a carreta do Hospital do Câncer de Barretos possui o mamógrafo mais avançado do Mato Grosso do Sul. Os exames de colo do útero foram destinados a detentas com idades entre 25 e 65 anos e o de mama de 40 a 69.
A diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, ressaltou que as realizações de exames preventivos do colo do útero são rotineiras na unidade prisional, mas o mutirão ajuda a reforçar esses atendimentos, atingindo um maior número de custodiadas. Já a mamografia, destaca a diretora, é agendada pela rede SUS e depende de vagas, concorrendo com o restante da população, o que dificulta o acesso.
Com histórico de câncer de mama na família, a reeducanda Lindomara Batista de Souza, 40 anos, foi uma das atendidas. Pela primeira vez passou por um exame de mamografia e disse ter ficado muito satisfeita com a iniciativa. “Minha tia faleceu por conta de um câncer no seio e eu sempre tive muito medo, mas nunca tive a possibilidade de fazer o exame. Apesar de eu ter 40 anos, acredito que quanto mais nova prevenir melhor, isso me dá mais tranquilidade”, disse.
Para o coordenador das Varas de Execução Penal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, a ação realizada no presídio feminino da Capital demonstra a preocupação do da Agepen e parceiros com a saúde da mulher em situação de prisão e em garantir o princípio da dignidade humana a essas pessoas, como prevê a legislação.
Também participaram da solenidade de abertura dos trabalhos a representante da Gerência de Saúde Prisional da Secretaria Estadual de Saúde, Vânia Regina Parra Batista; a representante da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Raquel Reis; o representante do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Luiz Fernando Osório; ,o diretor de Administração e Finanças; a chefe da Divisão de Saúde, Maria de Lourdes Delgado Alves e a chefe da Divisão de Promoção Social, Alessandra Siqueira, entre outros.