Corumbá (MS) – Reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano” (EPFCJG), em Corumbá, foram profissionalizadas através do curso “Pintor de Obras”, oferecido por meio de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Com carga horária de 120 horas/aula e duração de aproximadamente dois meses, a capacitação envolveu aulas teóricas e práticas. Além do conhecimento específico na área de pintura predial, as alunas também receberam noções sobre educação ambiental, empreendedorismo, legislação trabalhista, segurança no trabalho e tecnologia da informação e comunicação. No total, 14 recuperandas foram qualificadas.
A qualificação foi coordenada pela Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen, por meio da Divisão de Educação. “A exemplo do realizado no presídio feminino de Corumbá, somamos, no momento, um total de 10 cursos profissionalizantes, que oportunizam a possibilidade de se qualificar para o mercado de trabalho a cerca de 200 internos”, informa o diretor de Assistência Penitenciária, Gilson de Assis Martins, que acompanha de perto a execução dessas capacitações.
O diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, destaca a importância da qualificação profissional para a reinserção social de reeducandos e reeducandas, já que abre portas para o mercado de trabalho e acaba contribuindo para romper o ciclo da criminalidade, pois ajuda a evitar a reincidência na prática delituosa. “Isso impacta diretamente na segurança de toda a população”, enfatiza.
Stropa ressalta, ainda, que as parcerias têm sido essenciais na efetivação dos cursos. “Somos muito gratos ao Senai e ao Conselho da Comunidade de Corumbá por nos ajudar a dar novas perspectivas de vida a essas mulheres, que estão momentaneamente em situação de prisão, mas que voltarão ao convívio social com a possibilidade de construir uma nova história”, diz.
Apesar de ser uma área profissional tipicamente masculina, a reeducanda Gisele Ribeiro, uma das qualificadas, acredita que a mulher tem conquistado espaço nesse mercado profissional e afirma que é uma profissão que poderá seguir quando deixar a prisão. “Sei que a sociedade terá um certo receio pela minha passagem na prisão, mas com essa qualificação penso terei mais chances”, comenta.