Dourados (MS) – Internas do Estabelecimento Penal Feminino de regimes semiaberto e Aberto de Dourados (EPFRSAAA-D) participaram de ações promovidas pelo projeto “ÀGORA: Mulheres na Ciência”, da Assessoria para Popularização da Ciência e Apoio ao Desenvolvimento Educacional (Acade), da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).
A diretora do presídio, Luzia Aparecida Ferreira, destaca que o trabalho da UEMS foi muito significativo, ainda mais que expressou a vontade de continuar a ação. “Isto alegra o coração das internas, é um incentivo, ajuda a ‘tocar’ a rotina e faz elas entenderem que não são tão diferentes assim”, disse.
.Segundo o professor Edmilson de Souza, assessor da ACADE, o objetivo da ação foi promover a inclusão social, “esta foi a única programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que ocorreu em um estabelecimento penal, foi o único trabalho feito pela Superintendência de Ciência e Tecnologia e por nós com este caráter”, ressalvou.
Na terça-feira (27), em entrevista ao programa RIT Mulher, comandado pela apresentadora Márcia Bahia, foi ressaltado a importância do projeto e a possibilidade da mudança de vidas das mulheres.
“É difícil escolher uma unidade prisional como referência e a Universidade fez isto com muita competência e os lucros, os louros são nossos, as meninas estão encantadas, elas estão olhando a magia do céu, a forma com que ele inseriu elas no contexto para elas compreenderem, com isto a nossa rotina melhorou”, ressaltou a diretora do semiaberto. Quarenta e seis mulheres participaram da ação que contou com um filme e observação do céu por meio do telescópio.
“Elas participaram numa satisfação imensa, porque às vezes a sociedade não entende, mas nós temos que tirar delas só a liberdade, os demais direitos nós temos que preservar e é para isto que nos preparamos para esta ressocialização que as pessoas tem muita dificuldade de acreditar. Nós acreditamos neste trabalho de ressocializar e uma das formas que nós encontramos é ensinar a trabalhar, tudo que é feito é feito com acabamento muito bem feito e dando a elas o direito desta oportunidade”, disse a diretora.
O filme transmitido foi “Ágora”, que traduzido em português ganhou o nome de “Alexandria”. A obra retrata a história de uma mulher astrônoma e totalmente envolvida pela ciência.
“O filme é diferente da realidade delas, mas como percebemos nas entrevistas que fizemos, serviu como inspiração para elas. Porque existem muitas mulheres importantes na ciência, porém não são lembradas, isto não acontece só no Brasil, mas no mundo todo. Este é um gancho que eu também trouxe para o debate, porque a UEMS tem interesse em fazer novos projetos com o semiaberto, uma vez ao mês, e trazer outros profissionais da Universidade, como Direito, Enfermagem, Letras, Pedagogia”, explicou Edmilson de Souza.
A ação faz parte do projeto Saturno que existe na UEMS há quase 14 anos e já percorreu mais de 20 mil quilômetros e atendeu mais de 100 mil pessoas, tendo como alvo, principalmente, as crianças das periferias.
Com informações da UEMS