Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, que será celebrado em 24 de março, o Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho” realizou esta semana uma palestra sobre o tema, dedicada a orientação dos servidores. O evento teve como objetivo dissipar dúvidas entre os policiais penais da unidade e fortalecer a interação com o projeto da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que há uma década trabalha incansavelmente com uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiras, radiologistas, médicos e farmacêuticas no combate à tuberculose no sistema prisional.
Especialistas renomados na área conduziram as apresentações, incluindo Everton Lemos, enfermeiro e doutor em doenças infecciosas, que atua como docente na UEMS e pesquisador no grupo de tuberculose FIOCRUZ/MS; José Victor Bortollotto Bampi, médico e doutorando em doenças infecciosas, também pesquisador no grupo de tuberculose FIOCRUZ/MS; e Alessandra Moura da Silva, historiadora e coordenadora do Projeto Tuberculose, pesquisadora no grupo de tuberculose FIOCRUZ/MS. O evento contou com o apoio dos Policiais Penais Meliane Higa C Klimpel Do Nascimento (idealizadora), Ireno de Arruda Batista e Cleverton Henrique Louro De Souza Leal.
Em 2023, o projeto realizou testes em mais de 5 mil internos e, atualmente, fornece tratamento para cerca de 300 detentos. Graças à intervenção precoce, esses pacientes deixam de transmitir a doença já nos primeiros dias de tratamento.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que, embora afete principalmente os pulmões, também pode comprometer outros órgãos, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
A data foi estabelecida em 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, feito em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.
Segundo estimativas da OMS, um terço da população mundial está infectado pelo Mycobacterium tuberculosis e corre o risco de desenvolver a doença. O Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo. Cada paciente com tuberculose pulmonar não tratado pode infectar, em média, 10 a 15 pessoas por ano.
Os sintomas mais comuns incluem tosse persistente por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com secreção sanguinolenta, além de cansaço excessivo, febre baixa, sudorese noturna, falta de apetite, emagrecimento acentuado e rouquidão. Alguns pacientes podem não apresentar sintomas evidentes, enquanto outros podem confundi-los com uma simples gripe, transmitindo inadvertidamente a doença para outras pessoas ao longo de meses.
A transmissão da tuberculose ocorre de forma direta, de pessoa para pessoa, por meio da liberação de pequenas gotículas de saliva ao falar, espirrar ou tossir, que podem ser inaladas por outras pessoas.
“Este evento destacou a importância da conscientização e do trabalho conjunto no combate à tuberculose, especialmente em ambientes como o sistema prisional, onde a disseminação da doença pode ser exacerbada. A iniciativa demonstra o compromisso das equipes da penitenciária e os pesquisadores envolvidos em garantir a saúde e o bem-estar dos detentos e servidores”, destacou o diretor do presídio, Milson da Silva Caitano.