Parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) vai garantir destinação sustentável a celulares interceptados por policiais penais na Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas (PSMTL). Os equipamentos serão utilizados durante aulas práticas de tecnologia e robótica, auxiliando no processo de pesquisa, ensino e aprendizagem.
Além de celulares, um drone que transportava ilícitos, também interceptado no presídio, será objeto de estudo no IFMS. Com a queda e a ausência do controle, ficou inviável o aproveitamento do objeto para fins de segurança.
A iniciativa conta com o apoio do Poder Judiciário e Ministério Público, com as devidas autorizações para as doações, além de liberação por parte da Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário (Gisp) com relação às questões de segurança. As doações foram intermediadas pelo Instituto de Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental de Mato Grosso do Sul.
A entrega foi realizada nessa terça-feira (20.12), no Laboratório IF Maker do Campus do IFMS em Três Lagoas. Ao todo, foram doados 80 celulares apreendidos nos últimos anos com visitantes, arremessados pelo muro ou recolhidos durante vistorias pelos policiais penais nas celas.
Para o diretor da PSMTL, Raul Ramalho, ações como esta refletem em benefícios para a população com parcerias realizadas pela Agepen. “Esse trabalho em conjunto com o IFMS tem por objetivo transformar algo ilícito em auxílio à educação e conhecimento, visto que os aparelhos e o drone serão utilizados no processo de aprendizado na prática”, destacou.
De acordo com o diretor do IFMS em Três Lagoas, Walterísio Gonçalves Carneiro Júnior, os estudantes terão a oportunidade de aprimorar o conhecimento ao desmontar, encontrar problemas e soluções e, muitas vezes, recuperar o aparelho danificado. A intenção, segundo ele, é que os aparelhos celulares que forem consertados sejam doados a estudantes do instituto em vulnerabilidade social. “Esta doação é um presente de Natal e Ano Novo, pois os estudantes terão a grande oportunidade de colocar ‘a mão na massa’, nas aulas de dispositivos móveis em Eletrotécnica e Informática”, disse, agradecendo o apoio da Agepen e demais envolvidos.
Transforme
O aproveitamento de celulares apreendidos também é realidade em Campo Grande, por meio do projeto “Transforme”, que visa a doação dos aparelhos a estudantes carentes. É realizado por meio de parceria entre a Agepen, Ministério Público Estadual, Poder Judiciário e Secretaria Municipal de Educação.
Idealizado pela promotora Jiskia Sandri Tretin, titular da 50ª Promotoria de Justiça, o projeto conta com o apoio da Universidade Católica Dom Bosco e a Faculdade Estácio de Sá, que atuam na formatação dos celulares.
Também tramita na Câmara Federal um projeto de Lei que visa a destinação de celulares e aparelhos interceptados ou apreendidos em unidades prisionais do país a estudantes em vulnerabilidade social.