Jateí (MS) – O tabagismo é considerado, atualmente, a principal causa de morte evitável em todo o mundo, um mal crônico, que serve também como fator de risco para cerca de 50 doenças e matam seis em cada dez consumidores. Dentro desse contexto, reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino “Luiz Pereira da Silva”, em Jateí, estão participando de um programa que visa combater o vício, que é muito comum entre a massa carcerária.
A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Secretaria Municipal de Saúde de Jateí. A ação foi desenvolvida há alguns anos, passou por aperfeiçoamentos e, este mês, iniciou um novo grupo.
O programa de controle de tabagismo tem como objetivo desenvolver ações educativas, fazendo prevenções em relação ao tabaco e abordagem com explicação dos males trazidos pelo cigarro e os benefícios ao parar de fumar. A ação garante, ainda, tratamento para as fumantes, com uso de medicamentos como adesivo de nicotina.
Conforme orientação do Ministério da Saúde em trabalhar com grupos pequenos, até o momento, 10 reeducandas já aderiram ao projeto, que conta com reuniões quatro vezes por semana e abordam o tema conforme as cartilhas do Ministério.
Para maior efetividade no tratamento, a primeira fase do programa consiste em entrevista individual, para identificar o grau de dependência de cada participante e indicar a quantidade de adesivos com a dosagem de nicotina.
Conforme o andamento do programa, essa dosagem é diminuída até não ser mais necessário sua utilização. As reuniões são realizadas com diferentes profissionais, como farmacêutico, fisioterapeuta e nutricionista.
De acordo com uma das responsáveis pelo programa antitabagismo, enfermeira Rosana Lemes, o objetivo da iniciativa é terminar um grupo e iniciar outro com novas participantes, como forma de estender o combate ao vício do tabaco a outras internas.
O grupo é coordenado pelo setor de psicologia da unidade penal, representado pela psicóloga da Agepen, Leandra Pereira, e acompanhado pela fisioterapeuta Daniela Cainé. O uso da medicação será monitorado pela farmacêutica Andréia Colombo, que atua na unidade penal.
Conforme a diretora da unidade, Solange Pereira da Silva, a participação das internas acontece de livre e espontânea vontade e o desenvolvimento do programa antitabagismo tem sido um sucesso. “O sucesso maior é que temos uma grande quantidade de internas querendo também aderir à iniciativa. Significa que esse excelente trabalho realizado na unidade poderá obter resultados muito satisfatórios, agradeço o empenho de todas as profissionais que estão a frente desse projeto”, destaca.
Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, ações que promovem saúde e qualidade de vida no ambiente prisional facilitam o convívio social e melhoram o cumprimento de pena, tornando-o mais efetivo e eficaz. “Conscientizar sobre o uso abusivo de substâncias que causam dependência e suas consequências negativas tem como foco proporcionar mudança de vida e de hábitos dos apenados”, finaliza o dirigente.