Campo Grande (MS) – O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul inaugura nesta quinta-feira (11) , às 14h30, a reforma da 4ª Delegacia de Polícia, obra pioneira realizada por meio do projeto “Mãos que Constroem”, que utiliza a mão de obra de internos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira.
O projeto é uma parceria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e Tribunal de Justiça, que tem por finalidade a reforma de imóveis da Sejusp.
Com custo total de R$ 160 mil, incluindo pagamento de mão de obra carcerária, compra de material, uniformes, equipamentos de segurança e aquisição de ferramentas, o projeto gerou uma economia de até 75% ao Governo do Estado, em comparação ao custo de uma obra pelo modelo tradicional, ou seja, via licitação e contratação de empresa prestadora do serviço.
A reforma teve início em outubro de 2016 e foi concluída no final de abril de 2017, contemplando parte de alvenaria, hidráulica, elétrica, pintura, telhado, substituição de todo calçamento externo e paisagismo, fazendo uma revitalização total do prédio, tanto no setor de carceragem quanto na área administrativa. Além disso, houve a ampliação do refeitório, da sala dos delegados e a criação de um arquivo. A obra também se preocupou com a acessibilidade, por meio da instalação de piso tátil e adequação do banheiro para portadores de necessidades especiais.
“Ao término desta primeira reforma conquistamos o reconhecimento do que foi feito. Mas no começo foi muito difícil, houve muita resistência quanto à presença dos presos reformando uma delegacia”, destacou o arquiteto coordenador do setor de Engenharia e Projetos da Sejusp, Fábio Alex Correa, responsável pela execução do “Mãos que Constroem”.
Mas hoje, conta o arquiteto, ele percebe que esta realidade mudou, ao ponto de receber uma demanda de diversas corporações da Sejusp do Estado inteiro solicitando a reforma de suas unidades via mão de obra prisional. “Já há fila de espera e pretendemos iniciar outras reformas ainda neste ano”, destaca Fábio.
Da desconfiança à integração
Ao longo dos seis meses de obra, relata Fábio, cerca de 36 presos participaram da reforma. O desfecho foi algo que lhe agradou muito, conta ele: “no término deste processo, estávamos todos reunidos: policiais, delegados, presos-operários, técnicos e arquitetos da obra fazendo nossa refeição juntos no refeitório recém-reformado, isto para mim foi uma grande conquista, este ambiente de total integração e cumplicidade”, finaliza.
Um dos internos que atuou na reforma, aliás, foi selecionado e hoje presta serviços de manutenção na sede da Sejusp e a expectativa é de ampliar para três este número.
Com informações do TJMS.