Grife feita em presídio de MS amplia variedade de peças e já conquista mercado em todo o estado

Categoria: Ressocialização | Publicado: sexta-feira, junho 15, 2018 as 09:21 | Voltar

São Gabriel do Oeste (MS) – Uma nova linha de produção agora integra os trabalhos da grife D'Cela, confeccionada por detentas do Estabelecimento Penal Feminino de São Gabriel do Oeste (EPFSGO). Artesanatos em cartonagem estão ajudando a ampliar a gama de clientes das peças, que já são encomendadas de várias partes de Mato Grosso do Sul.

Criada há dois anos, a D'Cela traz produtos simples, acessíveis e úteis, mas que primam pela beleza e qualidade.  A ação é realizada por meio da parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Poder Judiciário, Conselho da Comunidade de São Gabriel do Oeste e Fundação Municipal de Cultura.

Após capacitação oferecida no presídio, as detentas, que já aplicavam técnicas de costura às peças, passaram também a desenvolver trabalhos manuais com a arte que utiliza moldagens e colagens para dar forma a variados tipos de utensílios e itens decorativos.

Como marca da coleção feita pelas mãos das mulheres em situação de prisão, o colorido e formato dão um toque delicado e feminino a cada criação. São confeccionadas caixinhas organizadoras, puxa-sacos, almofadas, maletas de maquiagem, lembrancinhas para comemorações, porta-trecos, “bate-mãos”, bolsas, toalhinhas de boca, carteiras femininas, etc.

O dinheiro é revertido para a compra de material, bem como, o pagamento das reeducandas, que recebem ¾ do salário mínimo para ajudar no custeio próprio e de familiares. Além disso, as internas recebem remição de um dia na pena a cada três trabalhados, conforme estabelece a legislação.

Segundo o diretor da unidade, agente Albino Lima, a cartonagem está possibilitando a ampliação na variedade de produtos e atraindo um novo mercado para a grife, já superando, inclusive, a produção feita em costura.

Atualmente,  oito internas realizam os trabalhos, sendo cinco na cartonagem e três na costura. Todas as atividades são acompanhadas por uma instrutora indicada pelo Poder Judiciário, que passa a demanda para as internas produzirem, com base em encomendas.

 

Peças confeccionadas no EPFSGO já são encomendadas de várias partes do estado.

Conforme o dirigente, as peças também são divulgadas e comercializadas na internet e nas redes sociais, e as internas confeccionam as encomendas, que muitas vezes, são personalizadas. 

Os artesanatos são bem variados e têm como "carro-chefe" peças temáticas alusivas a datas comemorativas como o Dia das Mães, dos Namorados, Natal, entre outros, épocas em que dobram os volumes das encomendas.  

Produtos também fazem sucesso e são amplamente divulgados nas redes sociais da grife.

Costurando a Liberdade

Com o slogan “Costurando a liberdade com dignidade”, o projeto foi idealizado pela juíza Samantha Ferreira Barione. A iniciativa tem como objetivo levar ocupação produtiva a detentas, além de possibilitar um novo ofício e uma fonte de renda familiar.

Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, o D'Cela é  um excelente projeto, através do qual é possível demonstrar o trabalho realizado dentro do presídio e valorizar a mão de obra carcerária feminina. "Além disso, é mais uma demonstração de sucesso das parcerias estabelecidas entre o sistema penitenciário, Judiciário e Conselho da Comunidade", agradece.

Além de serem comercializadas para as lojas comerciais de São Gabriel e pela internet, toda a produção também é exposta na principal feira da cidade, que é realizada às sextas-feiras, na região central.

O ateliê D’Cela aceita encomendas de todo o estado, para Campo Grande, não há cobrança de taxa de frete. Toda a verba arrecadada com a venda é reinvestida no próprio projeto, na compra de maquinários, tecidos e materiais.

Para apreciar os produtos, basta clicar no link www.facebook.com/DCela. Pedidos e encomendas podem ser feitos pelo e-mail d.celasgo@gmail.com

Texto: Tatyane Santinoni e Keila Oliveira.

Fotos: Divulgação Grife D'Cela e EPFSGO.

Publicado por: Keila Terezinha Rodrigues Oliveira

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