Paranaíba (MS) – Com a proposta de ajudar detentos a superarem o vício em entorpecentes, há cerca de sete meses estão sendo realizadas as atividades do “Grupo Recomeçar” no Estabelecimento Penal de Paranaíba (EPPar).
Desenvolvido em diversos presídios de Mato Grosso do Sul pela Diretoria de Assistência Penitenciária da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da sua Divisão de Promoção Social, o projeto é definido como um grupo de apoio ou de autoajuda específico para as pessoas em privação de liberdade que enfrentam problemas com as drogas.
O grupo funciona baseado nos 12 Passos dos Narcóticos Anônimos e na dialética do “ensinar-aprender”, proporcionando uma interação entre as pessoas, na qual tanto aprendem como também são sujeitos do saber, mesmo que seja apenas pela própria experiência de vida.
Na unidade de regime fechado de Paranaíba, os trabalhos são coordenados pela agente penitenciária Grasiela Batista Brit, que atua como assistente social no presídio. Atualmente, o grupo é composto por 15 integrantes. As reuniões acontecem às quintas-feiras, com duas horas de duração.
“A cada encontro é possível notar o empenho dos participantes em mudar a realidade vivida por eles até o presente momento, e que ao notar que o objetivo está sendo alcançado outros reeducandos estão demonstrando interesse em participar”, destaca a coordenadora.
A cada 15 dias, a reunião no EPPar conta com a participação de integrantes do Grupo Narcóticos Anônimos da cidade de Aparecida do Taboado, que partilham situações vividas durante e após o uso de drogas, frisando a importância da adicção. Nos encontros, também é reforçado o lema “só por hoje”, em que o dia mais importante de se combater o vício é o atual, numa luta diária contra a dependência.
Conforme a assistente social responsável, quando há progressão de regime, os participantes do projeto são instruídos quanto a importância de dar continuidade ao tratamento e informados sobre os locais onde podem participar das reuniões de Narcóticos Anônimos.
Para diretor do estabelecimento prisional, André Aparecido França, o ato delituoso, na maioria dos casos tem relação direta com a dependência química, diante disso, é essencial trabalhar o enfrentamento à drogadição no período em que estão em cumprimento de pena.
“A intenção é que, quando não estiverem mais em privação de liberdade, possam usufruir dos benefícios que lhe foram tirados pelo uso de entorpecentes e trilharem uma nova vida, longe do crime”, finaliza.
Foto: Divulgação EPPar.