Campo Grande (MS) – Mestranda em Letras pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a agente penitenciária Maria Aparecida de Barros, que atua no Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante (EPFRB) teve seu artigo científico “Quando fala a voz sufocada: uma reflexão sobre oralidade e memória no cárcere” publicado na revista Raido, do programa de pós-graduação em Letras da UFGD. O texto foi escrito em parceria com sua professora e orientadora Alexandra Santos Pinheiro.
No artigo, as autoras analisam, “à luz dos estudos culturais”, o testemunho oral apresentado pela narradora Flora, uma mulher que está, temporariamente, privada de sua liberdade, cumprindo pena em uma penitenciária feminina do Estado.
A agente penitenciária e sua orientadora destacam no texto que o Mato Grosso do Sul possui uma situação peculiar, com números de prisões proporcionalmente maiores que outros estados mais populosos, devido ao fato de possuir fronteiras secas com outros países e com outros cinco estados brasileiros, situação que facilita o tráfico de entorpecentes, a maior causa da prisão de mulheres no Estado.
Segundo as autoras, a condição marginal da mulher encarcerada e o espaço prisional influenciam nas memórias a serem preservadas, assim como na maneira como elas são revisitadas e a narrativa, da qual ela é protagonista, adquire importância para ser testemunhada. “Nesse ato, a mulher, antes invisível e sem valor, assume a autoria de sua história, e, ao contá-la, deixa a sua marca”, defendem.
Para o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Aílton Stropa Garcia, o material humano da autarquia é de extrema qualidade, a exemplo da servidora Maria Barros, que orgulha não só a unidade prisional em que trabalha, mas todo o sistema penitenciário estadual, seja concluindo o mestrado, seja se destacando com a publicação de seu artigo em revista do nível da Raido, merecendo, por isso, os parabéns de seus superiores.
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