Campo Grande (MS) – O Módulo de Saúde do Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste está realizando um mutirão para aplicação, em detentos, de testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C, com o objetivo de prevenir a disseminação de doenças infectocontagiosas entre eles. O projeto é desenvolvido pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio de sua Diretoria de Assistência Penitenciária e Divisão de Saúde, e conta com o apoio das secretarias Estadual e Municipal de Saúde, que forneceram os kits para a realização dos testes e todos os materiais necessários para a coleta.
Viabilizado pelo infectologista Maurício Pompílio, por intermédio da Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul, a iniciativa visa diminuir os riscos de contágio e as complicações das doenças infectocontagiosas entre os privados de liberdade, detectando-as precocemente, ofertando o tratamento e fazendo as orientações necessárias.
“Segundo dados do Ministério da Saúde de 2015, as chances dos encarcerados contraírem esses tipos de doenças são 28 vezes maiores que da população geral, por isso é importante realizarmos esse trabalho de conscientização e prevenção entre os detentos”, ressalta o infectologista.
Inicialmente, os testes foram realizados com internos do Presídio de Trânsito, com o atendimento de 400 homens. “Todos os casos notificados já iniciaram o tratamento na mesma semana da aplicação dos testes”, ressalta a diretora do Módulo de Saúde, Angélica Rosa de Almeida. Segundo ela, toda a equipe de servidores penitenciários e de profissionais da saúde estiveram envolvidos nessa ação. “Foi necessário um trabalho de logística afinado, pois além da coleta de sangue realizamos os protocolos de documentação para dar início ao tratamento nos casos necessários”, destaca.
A dirigente informa que a próxima unidade penal a ser atendida será o Centro de Triagem “Anísio Lima”, com previsão da aplicação dos testes no início de dezembro. Angélica explica que a ação não atingirá reeducandos do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) porque eles já realizaram os testes rápidos de hepatite B, hepatite C, sífilis e HIV/Aids, por meio de um programa nacional, em junho deste ano.
Em funcionamento desde meados de 2017, o Módulo de Saúde proporciona mais celeridade e qualidade na atenção à saúde de internos. Além dos mutirões preventivos, são realizados no local atendimentos médicos, como clínico geral e de psiquiatria, odontológicos e de enfermagem, além de assistência social e psicológica. Somente em outubro, cerca de 1,9 mil atendimentos foram realizados na unidade, abrangendo reeducandos do Ptran, CT e IPCG.
Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, as ações como a aplicação destes testes demonstram o comprometimento da instituição, e dos servidores, em garantir mecanismos para a manutenção ou melhoria na saúde dos custodiados. “Iniciativas como essa trazem bons resultados, pois possibilita uma gestão eficaz”, conclui o dirigente.
Texto: Tatyane Santinoni e Keila Oliveira
Foto: Divulgação Agepen