Na manhã desta quarta-feira (24.4), a Penitenciária Estadual de Dourados (PED), maior unidade prisional de Mato Grosso do Sul, foi palco da quarta fase da Operação Mute. A iniciativa – coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), em parceria com os governos locais – visa combater a comunicação ilícita do crime organizado e reduzir os índices de violência em âmbito nacional.
Em Mato Grosso do Sul, a quarta fase da Operação Mute está em andamento desde segunda-feira. A ação, que ocorre simultaneamente em todos os estados, tem como objetivo identificar e retirar celulares de dentro das prisões, sendo uma medida estratégica no enfrentamento ao crime organizado. Os resultados das inspeções serão divulgados pela Senappen ao término da operação em todo o país, na sexta-feira.
No estado, os trabalhos são coordenados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e sua Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário (Gisp).
Na PED, as vistorias tiveram início por volta das 8h, com a participação de operacionais do COPE (Comando de Operações Penitenciárias), responsáveis pela retirada e contenção dos presos, bem como policiais penais da própria penitenciária, encarregados das inspeções, além de membros da área de inteligência.
As revistas realizadas durante a Operação Mute têm como foco principal a busca por aparelhos celulares, que são considerados as principais ferramentas utilizadas pelo crime organizado para perpetuar delitos dentro e fora das prisões, contribuindo para o avanço da violência nas ruas. Esta ação é a maior realizada pela Senappen no contexto de combate ao crime organizado, envolvendo um grande número de estados participantes, policiais penais federais e estaduais, além de unidades prisionais estaduais revistadas.
A Operação Mute ocorre em todas as unidades federativas por meio de “mutirões” de revistas, com o objetivo prioritário de retirar celulares dos principais estabelecimentos penais no Brasil. A ação é coordenada pela Coordenação de Projetos e Inovação (COPIIN) da DIPEN/SENAPPEN, em colaboração com as agências de inteligência das polícias penais dos estados envolvidos na operação.
Segundo a Senappen, as comunicações proibidas representam um problema nacional com sérios impactos sociais, psicológicos e econômicos. Propõe-se a implementação de medidas e procedimentos nos estabelecimentos penais, em conjunto com outras forças de segurança, para enfrentar esse desafio no sistema prisional nacional.
A Operação Mute recebeu esse nome em referência à palavra “mudo” em inglês, refletindo a intenção de silenciar a comunicação externa dos internos, focalizando especialmente na apreensão de dispositivos de comunicação proibidos, como telefones celulares.