Campo Grande (MS) – Com o objetivo de promover o respeito às diferenças e o resgate da dignidade entre a massa carcerária, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio de sua Subcoordenadoria de Políticas Públicas LGBT, iniciam este mês em presídios da Capital o projeto “Capacita pela Diversidade”.
Pela Agepen, os trabalhos serão coordenados pela Diretoria de Assistência Penitenciária (DAP), através da Divisão de Promoção Social. A ação será realizada no Estabelecimento Penal Feminino “Irma Irmã Zorzi” (EPFIIZ) e no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), por serem as unidades que concentram maior número de custodiados que se autodeclaram lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Uma reunião entre representantes da Agepen e o subcoordenador Municipal de Políticas Públicas para LGBT, Fernando dos Santos Pereira, foi realizada esta semana para discutir o desenvolvimento do projeto. Segundo Pereira, a proposta inicial é que sejam realizadas, aproximadamente, três oficinas temáticas, com linguagem simples e interativa para que os temas possam ser abordados e discutidos.
Dentre as considerações apontadas no encontro, ponderou-se como essencial que a temática LGBT seja discutida de maneira ampla que possibilite o envolvimento também do público heterossexual. “Nesse contexto, está a inserção de temas como inclusão social, direitos humanos, políticas públicas, participação social, dentre outros”, destaca a chefe da Divisão de Promoção Social da Agepen, Alessandra Siqueira dos Santos.
De acordo com o diretor de Assistência Penitenciária da Agepen, Gilson Martins, o enfoque na saúde será proporcionado por meio de discussões em temas como: sexo seguro, sexualidade, prevenção e outros que podem também ser suscitados espontaneamente durante as atividades. Nas oficinas temáticas será distribuído material informativo, como folders e panfletos contendo informações básicas que poderão ser repassadas para outras pessoas.
O primeiro ciclo deverá ocorrer no EPFIIZ, com início na próxima terça-feira (30) e, em seguida, a mesma proposta será levada até o IPCG. A intenção é que estas oficinas possam instrumentalizar as pessoas para que atuem como multiplicadores de informações e conhecimento.
Para o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, é relevante trazer cada vez mais para o sistema penitenciário discussões que possibilitem uma reflexão acerca de temas como cidadania e inclusão social, em seus mais diversos aspectos. “Nosso objetivo é buscar cada vez mais meios e estratégias que possibilitem promover a dignidade humana entre os privados de liberdade”, afirma.
A reunião na Agepen foi conduzida pela assessora da DAP, Marinês Savoia, e pela chefe da Divisão de Promoção Social. Também participaram do encontro a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, a assessora da Subcoordenadoria LGBT da Secretaria de Governo (Segov), Mikaella Lima Lopes; e as representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Martha Maria Soares Goulart (enfermeira) e Marilene Martins Cavalcanti (psicóloga).