Jardim (MS) – A leitura didática está servindo como uma ferramenta eficaz na qualificação profissional e na remição da pena de detentos do Estabelecimento Penal “Máximo Romero” (EPMR), em Jardim. A realização se dá graças à parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), através da Divisão de Educação, e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
A primeira etapa do “Curso de Competências Transversais” no presídio de Jardim formou seis internos, os quais tiveram vinte dias para fazer a leitura de um livro, resolver os exercícios relacionados a ele, além da prova que foi aplicada para a avaliação individual dos participantes. Os trabalhos no EPMR são coordenados pela assistente social da Agepen, agente penitenciária Simone de Moura Rodrigues.
As atividades são gratuitas, desenvolvidas na modalidade de qualificação profissional à distância, com atividades autoinstrucionais e autoexplicativas, sem a presença de professores e tutores, e destina-se à iniciação ao mundo do trabalho e à atualização das competências profissionais dos trabalhadores e prestadores de serviços.
Durante a capacitação em Jardim, os alunos tiveram acesso a livros de instrução dos cursos de Segurança do Trabalho, Educação Ambiental, Propriedade Intelectual, Empreendedorismo, Legislação Trabalhista no Brasil e Tecnologia da Informação e Comunicação.
Para fins de remição de pena, a leitura de um livro equivale a uma carga horária de 14 horas/aula e abate um dia da pena. Além disso, o reeducando que obtiver 70% de aproveitamento estará apto a receber certificação do Senai.
Para o diretor da unidade prisional, Maycon Roslen de Melo, o oferecimento dessa iniciativa é muito importante. “Não só pela qualificação profissional do interno, mas também o incentivo à pratica da leitura e, consequentemente, a remição da pena através dela”, finaliza.
O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira, ressalta que a parceria com Senai para a realização de cursos ocorre também em outros presídios do Estado. “O Senai é um grande parceiro do sistema prisional estadual no sentido de desenvolver capacidades profissionais nos custodiados, e isso é de grande importância para o aumento do índice de ressocialização dos reeducandos”, comenta o dirigente.
Conforme o diretor-presidente, a intenção da Agepen é levar essa modalidade de cursos a todas as unidades penais do Estado, objetivando aumentar os índices de profissionalização de egressos no sistema penitenciário, oportunizando maiores chances de absorção desses detentos pelo mercado de trabalho.
Texto: Keila Oliveira e Tatyane Santinoni
Foto: Divulgação/EPMR
Colaborou agente Rhuliene Souza dos Santos.