Bataguassu (MS) – Internos do Estabelecimento Penal de Bataguassu (EPB), estão recebendo uma oportunidade para mudarem de vida por meio da qualificação profissional. No momento, 20 custodiados estão sendo capacitados no curso de pedreiro de alvenaria, ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
A iniciativa integra Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e é coordenado pela Diretoria de Assistência Penitenciária da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário. Segundo a Divisão de Educação, todos os anos, o Ministério da Justiça, por meio do Depen formula uma negociação com o Ministério da Educação para garantir essas vagas de ensino profissionalizante. Para este ano, os estados e o Distrito Federal apresentaram uma demanda de 60 mil vagas no Pronatec Prisional.
De acordo com o diretor de Assistência Penitenciária, Gilson de Assis Martins, a Agepen vem atuando fortemente na proposta de capacitar os internos que estão próximos da obtenção da progressão de regime: “É necessário dar condições para que os reeducandos possam ser inseridos no mercado de trabalho e, de forma digna, garantirem o seu sustento e de sua família, o que deverá evitar a reincidência criminal”.
O diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, ressalta que “uma de nossas prioridades é oferecer a qualificação profissional em áreas que tenham uma grande demanda de mão de obra, como é o caso da construção civil, dando mais oportunidade de emprego aos internos”.
A capacitação envolve 200 horas/aulas, entre teoria e prática, abordando, desde a execução de trabalhos de construção, reforma e manutenção até obras civis, no que se refere à alvenaria de tijolos, pedras de cantaria, blocos e concreto, contrapisos e revestimentos de pisos e paredes em geral; além da montagem de painéis de alvenaria pré-fabricados ou convencionais, de acordo com as normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde.
“O objetivo do curso é fazer com que o aluno tenha condições de executar construção de alvenaria com e sem função estrutural, seguindo normas técnicas, de qualidade, de saúde, de segurança, meio ambiente e procedimentos técnicos”, explica o instrutor do Senai, Luciano Pinto Galdino, ressaltando que também são ministradas aulas sobre empreendedorismo, ética e cidadania, plano de vida e carreira e noções de comunicação.
Segundo o diretor do presídio, Etamar Cardoso, foram selecionados para a participação detentos com boa conduta e habilidade para o trabalho, além de atenderem a requisitos preestabelecidos pelo Pronatec, como escolaridade mínima. “Essa qualificação profissional vai trazer oportunidade de trabalho tanto enquanto, estão cumprindo a pena, quanto quando estiverem em liberdade, proporcionando um meio para a reinserção social”, destaca o diretor.
É o que acredita também interno Alex Sandro Leite Alves Munis, 31 anos, um dos alunos do curso. Vivendo nos últimos quatro anos entre os muros do presídio, o reeducando garante que vê na oportunidade uma grande chance para recomeçar. “Meu objetivo é me capacitar para poder executar trabalhos na construção civil, quero ter uma profissão e uma nova oportunidade para ser um novo homem”, afirma. “Quero aproveitar o máximo de aprendizagem que esse curso oferece para poder trabalhar quando chegar a minha liberdade”, completa.