O projeto “Produtiva Mente – Grupo de Saúde Mental”, desenvolvido na Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí, agora utiliza também a argila no trabalho de psicoterapia realizado com internos com transtornos mentais, que cumprem internação por Medida de Segurança no local.
Promovida há cerca de 10 meses no presídio, a iniciativa utiliza a arte como ferramenta terapêutica de tratamento a custodiados. Inicialmente, envolvia terapias grupais e foi expandida em setembro passado com pinturas em tela; agora, neste mês, tiveram início os trabalhos manuais com argila.
“O uso da argila no processo psicoterápico promove a descarga de emoções, podendo levar o paciente a ter a sensação de possuir o controle de seus sentimentos através de suas mãos”, comenta a policial penal Jéssica Dias dos Santos, que atua como psicóloga no presídio e coordena o projeto.
Segundo a coordenadora Jéssica, o trabalho manual com argila ajuda no controle emocional.
Segundo ela, por ser um material maleável, permite a exploração tátil para a estruturação de formas. “Na medida que os pacientes criam, eles podem analisar o que fizeram e como se sentem”, explica. “Esta atividade pode proporcionar a liberação de tensão, prazer e relaxamento, uma vez que o sujeito constrói algo para sua satisfação expressando a sua verdade”, complementa.
Reeducandos podem expressar sentimentos nas peças produzidas.
A coordenadora defende que a arteterapia tem possibilitado aos usuários a vivência de suas dificuldades, conflitos, medos e angústias de um modo menos sofrido. “Avaliamos como um eficaz meio para canalizar, de maneira positiva, as variáveis do adoecimento mental em si”, explica.
A psicóloga também justifica a importância da arte no processo de ressocialização. “Pois é através dela que, muitas vezes, o ser humano busca se expressar, inclusive o seu desejo de liberdade”, comenta.
O projeto envolve também pintura em telas.
O “Produtiva Mente” é realizado pelo Setor Psicossocial da penitenciária, sob orientação da Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), por meio de suas Divisões de Saúde e de Promoção Social.
De acordo com o diretor da Penitenciária de Naviraí, Jonas dos Santos Ferreira, incentivador da iniciativa, é uma forma de organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento dentro do ambiente de cárcere e cuidados específicos em saúde mental.
O dirigente reforça, ainda, que a atividade é mais um dispositivo no tratamento desses custodiados, para que, num futuro, possam retornar ao convívio social em condições de saúde mental adequadas. Atualmente, sete custodiados participam do projeto.