Com o objetivo de estimular a interesse dos internos pelo “mundo dos livros” e, dessa forma, incentivar o processo de ressocialização, uma “Sala de Leitura” está sendo implantada na Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas, umas das 40 unidades prisionais da Agepen/MS) (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul).
O projeto “Literatura que Liberta” foca na “biblioterapia” como meio de recuperação psíquica e física do indivíduo. Na prática, isso significa que o acesso ao ensino e a leitura oportuniza a mudança de comportamentos e possibilita um futuro digno, longe da criminalidade.
"O direito ao conhecimento deve ser validado também no sistema prisional, visto que está previsto na Lei de Execução Penal. Com a implementação da sala de leitura, a penitenciária de Três Lagoas, além de ser reconhecida por proporcionar trabalho a 59% dos sentenciados, poderá contar com mais um fator de reinserção social: a busca pelo conhecimento”, ressalta a idealizadora da proposta, policial penal Sintianara Cidral de Siqueira.
A nova sala de leitura está sendo implantada como apoio do Conselho da Comunidade de Três Lagoas e 1ª Vara Criminal da Comarca, que dispuseram os recursos necessários para a instalação, como a aquisição de mobílias e livros. A inauguração está prevista para este primeiro semestre de 2023.
O espaço irá atender reeducandos que estejam matriculados no ensino primário, fundamental e médio da escola da unidade, bem como todos os que passarem por atendimento no Setor Psicossocial ou que demonstrarem interesse pela leitura e pretendam buscar conhecimento.
A proposta, segundo a policial penal responsável, é que os internos adquiram mais conhecimentos, com práticas diversificadas em diferentes áreas de aprendizagem, além de facilitar a aprendizagem no ambiente escolar e possibilitar maior acesso à remição da pena pela leitura.
“Objetivamos que o novo espaço estimule o estabelecimento do hábito de ler, facilite a aprendizagem escolar e desenvolva a capacidade intelectual dos reeducandos e, principalmente, que, por intermédio da leitura e da utilização da técnica da biblioterapia, possam compreender a importância da mudança de comportamentos destrutivos para a obtenção de resultados significativamente melhores em suas vidas, na de seus familiares e na sociedade”, finaliza.
As ações de ensino e de incentivo à leitura são coordenadas pela Diretoria de Assistência Penitenciária (DAP), por meio da Divisão de Assistência Educacional.
Publicado por: Keila Terezinha Rodrigues Oliveira