Campo Grande (MS) – Será inaugurada, nesta segunda-feira (8.4), às 15 horas, a reforma da Escola Estadual Teotônio Vilela, realizada por meio do programa “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, que destina a mão de obra prisional e o próprio dinheiro dos presos para custear a reforma de escolas públicas de Campo Grande.
Esta é a 10ª escola reformada pelo projeto que já gerou uma economia aos cofres públicos que ultrapassa os R$ 7 milhões, além de beneficiar mais de 8.800 alunos. A iniciativa é uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Secretaria de Estado de Educação (SED) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).
Ao longo de três meses de trabalho, um grupo de 25 presos revitalizou os mais de 3.000 m² da instituição, que foi criada em 1985 e nunca havia sido reformada. A escola enfrentava sérios problemas estruturais. O telhado antigo possuía diversas goteiras que interferiam na rede elétrica, também muito antiga e causava frequentemente curto-circuitos. Os banheiros estavam em situação degradante.
Devido às péssimas condições físicas, a escola era apelidada de “Teotônio Favela”, alvo de denúncias, e chegou a ser objeto de matéria televisiva denunciando a situação. Tudo isto não condizia com o porte da escola, que atende mais de 1.500 alunos, além de abrigar o maior colégio eleitoral de Campo Grande.
A E.E. Teotônio Vilela está localizada na Av. Souza Lima, 506, bairro Universitário II. A solenidade de inauguração, com início às 15 horas, contará com a presença do presidente do TJMS, Des. Paschoal Carmello Leandro, e do Governador do Estado, Reinaldo Azambuja.
Melhorias
Ao todo foram revitalizados mais de 3 mil m² que compõem a área construída da escola, localizada num terreno de 117 mil m². A obra contemplou a reestruturação da parte hidráulica, elétrica, calçamento, revestimento com cerâmica, colocação de pias, forro de PVC, serviços de serralheria, pintura total, jardinagem, poda de árvores, troca de vidros quebrados, readequação das salas do bloco administrativo, instalação de coberturas metálicas, manutenção de portas, grades, alambrados e janelas. Construção de cobertura metálica e rampa de acesso para cadeirantes na entrada da escola. Construção de amplo banheiro para portadores de necessidades especiais, com bancada de mármore e chuveiro, para permitir o banho (quando necessário) e troca de fraldas dos alunos.
Como legado para a comunidade, os presos construíram uma cobertura metálica com banco para o ponto de ônibus localizada na parte de trás da escola, que também recebeu um jardim gramado, com plantas ornamentais em seu entorno.
Os recursos da obra, orçados em R$ 410 mil, são provenientes do desconto de 10% dos salários de todos os detentos que conquistaram uma vaga de emprego via convênios com o poder público. Do custo total, apenas R$ 97 mil provém dos cofres públicos, contrapartida da Secretaria de Educação que arca com o transporte e o pagamento dos presos que trabalharam na obra.
Ao longo de cinco anos de existência, o “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade” soma reconhecimento nacional com uma economia aos cofres públicos que já ultrapassa os R$ 7 milhões, beneficiando 8.834 alunos. O projeto proporcionou a reforma de mais de 10% do total de escolas públicas estaduais da capital.
Com informações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.