Campo Grande (MS) – As obras de revitalização da 4ª delegacia de Polícia Civil, que fica localizada no bairro Moreninha II, em Campo Grande, já estão em fase de conclusão. A reforma, que teve início no mês de outubro do ano passado, trata-se do primeiro prédio contemplado pelo projeto “Mãos que Constroem”, no qual é utilizada mão de obra de custodiados da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). Ao todo foram investidos cerca de R$ 160 mil, o que significa que pelo projeto o Governo do Estado economiza até 75% em comparação ao modelo tradicional, via licitação.
O “Mãos que Constroem” é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Tribunal de Justiça (TJMS), Agepen e o Conselho da Comunidade de Campo Grande, conta com a mão de obra de internos dos regimes aberto e semiaberto do sistema prisional da Capital, nas especialidades de pedreiro, pintor, eletricista, encanador e ajudante geral.
Conforme o coordenador de Engenharia e Projetos da Sejusp, arquiteto Fábio Alex Correa, foram realizadas obras de melhorias no bloco da carceragem, serviços serralheria, elétrica, hidráulica, pintura geral do prédio, construção de calçadas, drenagem e acessibilidade, além da revitalização de todo o setor administrativo com a construção de um arquivo para cartório e ampliação do refeitório da unidade. “A inauguração está prevista para o próximo mês”, informou o coordenador.
Segundo o secretário José Carlos Barbosa, o “Mãos que Constroem” começou muito bem, o que demonstra o comprometimento dos internos que desenvolveram esse trabalho. “É importante destacar o sucesso deste projeto, tanto que já estamos montando outra equipe de detentos, para que possamos reforma outra unidade que ainda está sendo definida pela nossa equipe técnica”, anunciou Barbosa.
Ainda de acordo com o dirigente da Sejusp, além de recuperar os prédios públicos, a ação também contribui com a ressocialização e diminuição da pena. Por esse convênio os trabalhos são executados em menor tempo. Uma obra que seguindo o cronograma demoraria oito meses, por exemplo, será concluída em quatro meses.
Diferente do modelo adotado para a reforma dos prédios escolares – onde todo o trabalho é custeado com recursos do fundo arrecadado pelo desconto de 10% do salário de cada preso da Capital que trabalha em convênios firmados com o poder público ou iniciativa privada – no projeto “Mãos que Constroem”, o Governo do Estado conta apenas com a utilização da mão de obra prisional, autorizada pela 2ª Vara de Execução Penal.
Regiane Ribeiro – Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), com adaptações
Foto: João Garrigó