Campo Grande (MS) – Trabalhar o desenvolvimento do autocontrole sobre pensamentos, sentimentos, emoções e responsabilização por seus atos gera automotivação e maior probabilidade no alcance de objetivos e metas de vida. Essa é a proposta do projeto de “Inteligência Emocional no Ambiente Prisional”, que está sendo realizado pela agente penitenciária e coach, Karine Godoy.
Os encontros são semanais e acontecem com internas dos regimes fechado, semiaberto e aberto de Campo Grande. Ao todo, 35 mulheres em situação de prisão participam da iniciativa, sendo 10 reeducandas do presídio feminino de regime semiaberto e aberto da capital, e 25 internas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), juntamente com o projeto da Remição pela Leitura.
Com início em setembro, o projeto é desenvolvido pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da Diretoria de Assistência Penitenciária e de sua Divisão de Educação, e ministrado pela servidora Karine Godoy, que também é coach especialista na área.
Conforme Karine, o intuito é desenvolver a autorreflexão, autoconsciência e autorresponsabilidade, de forma que as encarceradas entendam o caráter da pretensão punitiva, e assim, obtenham uma visão mais positiva de futuro. “Essa prática representa para essas mulheres a possibilidade de construir uma nova história e a esperança de obter sucesso pessoal e profissional, através de conhecimentos e técnicas até então absolutamente desconhecidas”, afirmou.
Outro benefício da prática da inteligência emocional dentro das unidades penais, segundo a responsável pelo projeto, é o gerenciamento dos conflitos de forma mais equilibrada, além da possibilidade de gerar um novo cidadão de fato ressocializado, que não volte a delinquir.
As atividades acontecem por meio de palestras, exercícios práticos e dinâmicas em grupo, e serão realizadas de forma contínua. A intenção é que o projeto também seja implantado, ainda este mês, no Centro de Triagem “Anízio Lima”, na capital.
Estudos demonstram que ao desenvolver o autoconhecimento, o indivíduo passa a gerenciar seus problemas de forma mais equilibrada e autorresponsável, melhorando significantemente a qualidade de vida como um todo.
Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, ações como essa fomentam a resiliência nos custodiados, uma vez que fortalecem a capacidade de enfrentar e superar as adversidades, além de influenciar nas relações interpessoais e na automotivação. “Tudo isso contribui durante o cumprimento de pena e na reintegração social do custodiado, incentivando a mudança de comportamentos e a não reincidência no crime”, destacou.
Texto: Tatyane Santinoni.