Campo Grande (MS) – Reeducandos que trabalham com artesanato no Presídio de Trânsito de Campo Grande (Ptran) vão receber a Carteira Nacional de Artesão, oferecida pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), por meio de parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).
O cadastro foi realizado nesta sexta-feira (9) pela Gerência de Desenvolvimento Atividades Artesanais da FCMS. No total, 54 internos foram cadastrados. Essa foi a segunda vez em menos de um ano que custodiados do local foram beneficiados pela iniciativa, realizada também em outras unidades prisionais do estado.
Destinado, principalmente, a presos que ainda não foram julgados e primários, o Ptran tem o artesanato como uma das principais fontes de ocupação produtiva aos custodiados. Em outubro do ano passado, foi lançado no presídio o projeto “Construindo a Liberdade”, realizado em parceria com o Conselho da Comunidade de Campo Grande, através do qual foi criado um espaço específico para a produção artística dos internos, além do oferecimento de insumos para a confecção.
No “ateliê” de artesanato da unidade prisional, os internos desenvolvem trabalhos de decoupage em caixaria de MDF, pintura de telas, peças em crochê, produção de pufes etc. Trabalhos também são desenvolvidos dentro das celas e cursos na área são oferecidos regulamente no local.
Além de ocupar o tempo ocioso e servir como atividade terapêutica, fazer artesanato para os internos é uma oportunidade de conquistar a remição de pena, pois cada três dias confeccionando arte, representa um dia a menos na prisão. Outro ponto positivo, é que o trabalho é uma forma de geração de renda, que, muitas vezes, pode ajudar no custeio da família ou mesmo para necessidades do próprio detento.
Segundo o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, a instituição, por meio de sua Diretoria de Assistência Penitenciária, tem buscado, cada vez mais, mecanismos e parcerias que possibilitem a ocupação produtiva dos internos, o que, conforme ele, reflete diretamente na melhoria do comportamento da massa carcerária, bem como abre perspectivas para a transformação de valores, diminuindo a reincidência na prática delituosa.
Para o diretor de Assistência Penitenciária, Gilson de Assis Martins, essa parceria estabelecida com a Fundação de Cultura fortalece o trabalho realizado dentro dos presídios. “E também atende à política do Governo do Estado de transversalidade entre as secretarias para a construção de uma sociedade melhor”, enfatiza.
Além do oferecimento da carteira profissional, a FCMS abre espaço em casas do artesão e em feiras para a exposição e venda de artesanatos produzidos em presídios.