Campo Grande (MS) – Com objetivo de resgate histórico e preservação da memória institucional da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), a agente penitenciária Maria de Fátima de Souza Moreno entregou esta semana à direção da autarquia uma cópia do 1º Relatório Anual do Instituto Penal de Campo Grande, referente ao período de julho de 1979 a julho de 1980, finalizado em 11 de outubro daquele ano.
A servidora entregou a cópia em mãos ao diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, e ao chefe de gabinete, Pedro Carrilho de Arantes, acompanhada de um requerimento para que a instituição reconheça oficialmente o documento.
Agente penitenciária de carreira desde o ano de 1993, Fátima explica que é “apreciadora de histórias e memórias” e que o documento foi doado por sua ex-companheira de trabalho, a agente aposentada Maria Aparecida Pereira. O relatório integra o acervo que reuniu para sua pesquisa de mestrado sobre “Educação em prisões no Mato Grosso do Sul”.
Segundo ela, o documento, que traz a descrição das atividades no IPCG naquele período, foi utilizado para a elaboração – juntamente com sua orientadora, a prof. ª Drª. Beatriz Rosália Gomes Xavier Flandoli – de um artigo científico sobre “Educação aos privados de liberdade no Mato Grosso do Sul”, apresentado no XIII Congresso Internacional de Direitos Humanos (Migração e Direitos Humanos na Fronteira, realizado pela UCDB/UFMS), em 2016.
Conforme a servidora da Agepen, ela tem recebido solicitações de pesquisadores que leram esse artigo e que buscam o original do primeiro relatório do IPCG. “A informação é que os documentos originais e cópias se perderam ao longo do tempo e a Agepen não possuía mais este relatório”, explica. “É importante que a instituição detenha este documento, tanto para questões de preservação da memória, como para fins de referências bibliográficas em pesquisas acadêmicas que advirem dos dados apresentados no relatório”, argumenta.
O diretor-presidente da Agepen destaca a importância do registro histórico para uma instituição como a Agepen e lamenta a carência de muitas informações por conta da não preservação de alguns dados ao longo desses 39 anos de criação do sistema penitenciário sul-mato-grossense.
Conforme o dirigente, existe o projeto para criação do Museu Penitenciário. “As memórias são importantes para aprendermos com o nosso passado e ajudarmos a construir o nosso futuro”, destacou Aud Chaves. “Esse documento é uma verdadeira relíquia para nossa instituição”, agradeceu.