Campo Grande (MS) – No próximo mês de março, detentos do semiaberto da Capital concluirão a reforma da sétima escola do projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”. Ao final das reparações, previstas para 7 de março deste ano, a instituição de ensino Professor Emygdio Campos Widal, situada no bairro Vilas Boas, terá um pátio novo, pintura nova, instalações elétricas e hidráulicas refeitas, o forro das salas de aula trocados, além de uma secretaria inteiramente refeita, sem custo para o Estado.
As obras, que tiveram início em dezembro de 2016 e contam com o trabalho de 24 detentos, estão de acordo com o cronograma e não atrapalharão as aulas dos 360 alunos matriculados previstas para recomeçarem no dia 20 de fevereiro, pois até essa data a parte interna do colégio já estará pronta, faltando apenas a revitalização dos jardins e da área externa.
Em três anos de atividades, o projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, idealizado pelo juiz titular da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, acarretou uma economia de cerca de R$ 4 milhões para o Estado de MS.
O programa, por meio de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), o Tribunal de Justiça de MS e a Secretaria de Educação do Estado (SED), consiste em utilizar a mão de obra de presos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira para realizar reformas em escolas estaduais. Os materiais de construção necessários para as obras, por sua vez, são adquiridos com um fundo formado pelo desconto de 10% do salário de cada preso da Capital que trabalha, por convênio, para o poder público e a iniciativa privada.
A Escola Estadual Professora Delmira Ramos dos Santos, localizada no bairro Coophavila II, foi a primeira a ser reformada com o trabalho dos detentos. Entregue em fevereiro de 2014, a escola teve toda a sua pintura refeita, as calçadas, banheiros e bebedouros reformados, a quadra de esportes revitalizada, e toda a parte hidráulica e elétrica reinstalada. À época, mais de 10 presos trabalharam para executar a obra que custou apenas R$ 64 mil.
Valendo-se de índice fornecido pelo Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul (SINDUSCON-MS), a 2ª Vara de Execução Penal estima que o uso da mão de obra dos presos proporcionou uma economia de cerca de R$ 4.017.000,00 para o governo do Estado. Todavia, os benefícios trazidos pelo projeto ultrapassam os exclusivamente pecuniários. Por meio do trabalho dos detentos, recupera-se a dignidade não somente deles, mas também dos alunos e servidores que fazem uso das escolas reformadas, proporcionando uma recuperação e um reingresso mais efetivo daqueles na sociedade.
Fonte: Tribunal de Justiça.