Ponta Porã (MS) – Números e práticas referentes ao oferecimento trabalho a detentos de Mato Grosso do Sul foram tema de seminário apresentado pelo diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Aud de Oliveira Chaves, nessa quarta-feira (31.5), em Ponta Porã, a alunos do mestrado em Desenvolvimento Regional e Sistema Produtivo, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).
O curso integra as ações da UEMS com objetivo de desenvolvimento da fronteira sul do estado, segundo o professor doutor Carlos Otávio Zamberlan, coordenador do Programa de Pós-graduação Strictu Sensu em Desenvolvimento Regional e Sistemas Produtivos. “Dentro dessa proposta, temos também o aperfeiçoamento do sistema prisional”, destacou o coordenador.
Durante a apresentação, Aud também demonstrou dados sobre a situação prisional no estado, como o número de custodiados – atualmente na casa dos 15,7 mil – bem como o perfil dos homens e mulheres que estão nos presídios do estado.
O diretor presidente participou do seminário como convidado do agente penitenciário Leôncio Elídio dos Santos Júnior, que é um dos mestrandos. Ele desenvolve uma dissertação com o tema “Economia criativa como ferramenta de ressocialização dos internos de Amambai”. “A intenção foi a quebra de paradigmas de que cadeia é um lugar para ser esquecido”, informou Elídio.
A atividade integrou a disciplina Seminário 2, ministrada pela professora Viviane Scalon Fachin, e serviu para ajudar a desmistificar o senso comum, que muitos têm sobre as unidades prisionais. “Eu particularmente me surpreendi positivamente em saber que existem tantas ações positivas que são realizadas em presídios aqui do Estado, por isso é tão importante momentos como este, para que nós, sociedade, tenhamos conhecimento disso, possamos entender a importância desse trabalho, para que os presos não voltem a cometer crimes”, declarou a docente.
Para o diretor-presidente da Agepen, a participação e a possibilidade demonstrar as iniciativas foi muito válida. “É uma oportunidade que temos de difundirmos nossos trabalhos e trazermos novos parceiros, que possam contribuir nesse processo de reinserção social”, afirmou.
Para o dirigente, é importante que as pessoas entendam que não existe pena perpétua no Brasil e algo precisa ser feito para esse processo de volta. “Um dia essas pessoas que estão atrás dos muros da prisão voltarão ao convívio, é necessário que saiam melhores do que quando entraram, buscamos isso com o oferecimento de trabalho, qualificação, educação entre outras ações, mas a participação da sociedade nesse processo também é essencial”, enfatizou.
Também participaram do seminário o diretor do Estabelecimento Penal de Amambai, Alexandre Ferreira de Souza; o diretor da Unidade Penal Ricardo Brandão, Carlos Eduardo Lhopi Jardim; a diretora do Estabelecimento Penal Feminino de Ponta Porã, Kátia Regina de Oliveira Ramos, e a diretora do presídio feminino de Rio Brilhante, Lígia Maria Asato Dorta, além de servidores penitenciários convidados.