Campo Grande (MS) – Mais obra do projeto Pintando e Revitalizando a Educação, realizado por meio de parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), foi inaugurada nesta quarta-feira (30). A Escola Estadual Alice Nunes Zampiere, na Vila Almeida, em Campo Grande, foi a oitava contemplada pelo programa.
No total, foram 2.383 m² de área revitalizada, beneficiando mais de 1.000 alunos, além de professores e funcionários. A reforma começou nas férias escolares de julho e estendeu-se até a primeira quinzena de agosto.
Conforme o Tribunal de Justiça, parceiro do projeto, foram gastos R$ 310 mil com materiais, e pouco mais de R$ 51 mil com mão de obra paga pelo Estado, gerando uma economia estimada em R$ 832 mil – lembrando que o total economizado não inclui o custo com material para a obra, pois este foi totalmente custeado pelos presos. A estimativa é que, nas oito escolas reformadas, a economia para o Estado foi de quase R$ 5 milhões
Nessa escola trabalharam 25 detentos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, cumprindo fielmente o projeto de reforma elaborado pela Secretaria Estadual de Educação (SED), outra parceira da iniciativa. Nesta obra, uma nova parceria com o Senai também possibilitou a realização de cursos profissionalizantes na área de construção civil, para os detentos, durante as reformas.
Presente na solenidade de inauguração, o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves destacou o papel social do projeto e como o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul tem se empenhado em retribuir à sociedade o custo da manutenção da massa carcerária com ações concretas que beneficiem a população. “A Agepen trabalha para a sociedade e para recuperação de quem está cumprindo pena. Projetos como este atendem às duas propostas, unindo melhor qualidade estrutural para o ensino das crianças e oportunidade de profissionalização e ocupação produtiva para quem está cumprindo pena”, declarou.
Para o juiz Albino Coimbra Neto, idealizador do projeto, a iniciativa une as duas maiores mazelas no Brasil: o sistema prisional e o sistema público educacional. Conforme o magistrado, são oito escolas reformadas, mais de cinco mil alunos beneficiados, envolvimento de vários presos e parcerias com a iniciativa privada “Enfim, é muito importante essa união de esforços, que quebra preconceitos e une as pessoas, resultando em uma melhoria significativa”, garantiu Albino.
O diretor do Centro Penal da Gameleira, Adiel Rodrigues Barbosa, o programa ajuda a quebrar o preconceito com a mão de obra carcerária. “Temos esse desafio de mostrar que o preso tem o valor dele, que tem a importância dele, é só questão de oportunidade. E este é um programa de transformação. Não só das escolas, dos alunos, da sociedade, mas do próprio interno”, declarou.
Também participaram da solenidade de entrega da reforma a secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta; o vice-presidente do TJMS, Des. Julizar Barbosa Trindade, representando o presidente; a diretora da escola Alice Zampiere, Shirley Mara de Oliveira Humerez da Silva; o deputado estadual Rinaldo Modesto, o vereador André Salineiros, o gerente de Educação do Senai, Gesner Marcos Escandolhero, entre outros.
Segundo os responsáveis pelo projeto, a próxima escola a ser beneficiada será a Escola Estadual Aracy Eudociak, que fica no bairro Tijuca II. As obras devem começar no dia 15 de novembro, com previsão de entrega em fevereiro de 2018.