Campo Grande (MS) – Após 18 dias de treinamento intenso, em regime de internato, servidores da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) concluem o 1º Curso de Intervenção Prisional e Escolta (CIPE). A solenidade de formatura foi realizada nesta sexta-feira (10.5), na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, na capital.
A capacitação foi promovida pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e da Agepen. Ao todo, foram capacitados 33 servidores que estão aptos a integrar o Comando de Operações Penitenciárias (COPE), de forma gradativa e conforme necessidade administrativa.
O curso foi ministrado pela Escola Penitenciária (Espen), com o auxílio do Comando de Operações Penitenciárias. Além disso, contou com apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Corpo de Bombeiros Militar e Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande.
Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, essa conquista representa motivo de orgulho para a carreira penitenciária. “Quando assumimos a direção da instituição há pouco mais de dois anos, já tinham procedimentos em andamento a respeito do curso, e decidimos dar continuidade para que chegasse nesse momento de hoje, e temos aqui mais um grupo de agentes penitenciários capacitados para o Cope, que foi outro anseio conquistado pela categoria”, afirmou, destacando o importante apoio do trabalho conjunto e integrado de diferentes instituições públicas.
Em nome da turma de formandos, a agente Suelen Gonçalves Marinho agradeceu os instrutores que não mediram esforços para concretizar a realização desse curso. “No decorrer dessa formação, fomos submetidos de forma técnica e necessária ao esgotamento físico e psicológico por um grupo de formadores com capacitação inquestionável, são instrutores do Comando de Operações Penitenciárias de Mato Grosso do Sul, que com qualificação e treinamentos buscados em todo o Brasil nos transmitiram suas técnicas, vivências, experiências e conhecimentos teóricos e práticos. Chegamos aqui indivíduos e saímos um grupo, quem sai junto chega junto”, afirmou a formanda.
Com carga horária de 200 horas/aula, a capacitação foi realizada em regime de internato e abordou disciplinas como: intervenção tática prisional; atendimento pré-hospitalar tático; armamento e tiro; técnicas e tecnologias não letais; vigilância de muralhas; lei de execução penal; imobilizações e bastão PR – 24 (tonfa); técnicas de escolta e transporte de presos; gerenciamento de crise prisional; segurança administrativa: minimizando os riscos do grupo tático; e uso progressivo da força.
O diretor da Espen, Vilson Guedes, destacou que essa formação era um projeto que havia começado em 2016 e que hoje se tornou realidade. “Quando se fala em formação de um grupo especial, o critério de avaliação aos quais foram submetidos é muito forte e específico, busca a excelência dos servidores. Hoje estão assumindo mais uma responsabilidade, o compromisso de representar a Agepen, disseminar conhecimento e capacidade de trabalho”, concluiu.
O Comando de Operações Penitenciárias atua como força de reação da Agepen e é formado por agentes penitenciários especializados em ações de intervenção, escolta de presos e revistas de segurança nos presídios estaduais.
O comandante do COPE, agente João Bosco Correia, agradeceu o esforço especial de todos os envolvidos nessa iniciativa e parabenizou a garra e determinação que dos servidores que concluíram a capacitação. “Tudo que passaram aqui nesse curso teve um motivo e a Agepen ganhou muito com isso. Acredito que quando chegarem nas unidades penais que atuam terão uma nova visão e acreditem estão preparados para exercer o trabalho”, garantiu o comandante.
“Quem tem pensamento coletivo, sobrevive”, essa foi a frase utilizada pelo presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS, André Luiz Santiago, para descrever a formatura. “Antes de terem sonhado em fazer o curso, os instrutores tiveram o sonho lá atrás, antes dos instrutores, os agentes do sistema prisional sonharam, de forma coletiva, e teve que ter a burocracia para que acontecesse tudo que está aqui hoje. Com o apoio de agentes políticos, os impasses foram superados e os servidores continuaram sonhando”, complementou.
Também participaram da abertura, o diretor do Presídio Federal de Campo Grande, Rodrigo Morel; além de representantes da Polícia Rodoviária Federal, Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande, Superintendência de Medidas Socioeducativas, dirigentes da agência penitenciária e diretores de unidades penais da capital, Corumbá e Ponta Porã.
Texto e Fotos: Tatyane Santinoni.